Após ter influenciado o TJ-GO a banir por unanimidade o desembargador Adriano Roberto Linhares do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), inclusive, entrando com uma representação contra ele no Conselho de Ética do tribunal, supostamente, por fazer uma crítica letal à letalidade policial da PM contra os mais vulneráveis, Caiado segue a sua franca trajetória atiradora de desmandos e coerções coronelistas.
Visando pavimentar a sua estrada para a presidência do Brasil, Caiado tem aumentado sua dose e apetite de exposição midiática, revelando ser um político cujo coronelismo é uma característica intrínseca: como no episódio de sua suposta invasão de competência legislativa federal em setembro de 2024 para aumentar as penas por crimes ambientais em Goiás (populismo penal), no caso das queimadas ilegais, o que mereceu uma Ação Direta de Inconstitucionalidade do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), com pedido de liminar contrário para o TJ-GO contra a Política Estadual de Segurança Pública de Prevenção e Combate ao Incêndio Criminoso no Estado de Goiás que criou um novo tipo penal. Outro evento digno de nota, foi a blindagem política à Gusttavo Lima, no caso envolvendo mandado de prisão de Pernambuco contra o cantor por suposta associação com empresa (Vai de Bet) acusada de associação criminosa e lavagem de dinheiro. Ocorre que o terreno escolhido por Caiado é pantanoso e movediço.
Antes de mais nada, é preciso retomar o caso do desembargador Adriano para reproduzir, por utilidade pública, a informação do Estadão, pouco circulada em Goiás, onde o quarto poder encontra-se em situação de baixa autonomia ainda menor do que os demais, que: é provável, que esse magistrado tenha sido coagido, mesmo que em tom diplomático e conciliador, pela presidência e pares do seu Tribunal, após o episódio da crítica a PM, a preterir o seu posto na Câmara Criminal e, por consequência, a relatoria de processos criminais, envolvendo um primo do governador (Jorge Caiado) -, justamente, por envolvimento passivo numa chacina em Anápolis, que culminou na morte encomendada de um dissidente político de Caiado (Fábio Escobar) e queima-arquivos das testemunhas do crime (https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2024/04/11/presidente-do-tj-go-pediu-que-desembargador-criticado-por-caiado-deixasse-casos-criminais.htm, acesso em 25/09/2024).
Esse cenário de obscuridade ética, moral e legal sugere que, supostamente, a fala de Adriano sobre os desvios administrativos de conduta da Polícia Militar possa ter sido um mero pretexto para suposta obstrução da justiça no caso concreto que importa para Caiado, porque envolve o seu sobrenome familiar e seus planos presidenciais.
Já no tocante, a suposta intimidade e sociedade de Gusttavo Lima com foragidos da polícia, no caso, José André da Rocha Neto e Aislla Sabrina Truta Henriques Rocha, garantido o devido processo legal e ampla defesa, não há que falar em abuso de poder por parte da juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, que expediu a ordem de prisão no âmbito da operação Integration, onde Gusttavo é investigado pela Polícia Civil de Pernambuco.
Assim, como o casal que viajou no comboio de Lima para a Grécia para comemorarem o aniversário de Lima com personalidades icônicas do Brasil, como o próprio governador Caiado, que esteve no mesmo iate com os foragidos, o cantor zarpou para Miami antes de qualquer mandado de prisão contra ele ter sido expedido. O que parece sugerir até mesmo a existência de rede ilegal de apoio no Estado, pode ser, na verdade, uma suposta grande habilidade em atuar às margens da lei e se beneficiar dela na defesa, através de bons advogados. O fato é que os donos do Vai de Bet optaram ou planejaram por permanecer na Europa e evadir-se de retornar ao país de origem, onde teriam que responder pelas graves acusações envolvendo as suas empresas de jogos virtuais, tendo utilizado da aeronave de Gusttavo para sumir do mapa.
Caiado tentar aparecer na imprensa como defensor público do artista e salvador da pátria (só se for da Grécia), tendo dito, inclusive, que ordenou a retirada do casal em questão, não deixa de ser mais uma suposta tentativa sua de influenciar no judiciário, no caso, agora não para salvar o seu primo, mas, sim, o mais bem pago artista goiano, quiçá, brasileiro. O que parece ser cada vez mais claro é que o crescimento vertiginoso da fortuna de Gusttavo Lima pode não ter advindo, exclusivamente, dos seus cachês milionários provindos de cidades de interior, que, inclusive, um deles está sendo investigado pelo MP, por cobrar R$ 800 mil para cantar em São Luiz, em Roraima, cidade com cerca de 8 mil habitantes.
Apontado como sócio de 25% da empresa investigada, Lima tem conseguido complicar ainda mais a sua biografia, que já conta com tragédias mais do que suficiente, como a morte de 2 grandes mulheres da sua vida, por motivos de saúde, após ter se lançado para o sucesso: no caso, sua irmã e mãe. Poucos meses desse pedido de prisão, a responsividade parental do casal Lima e Suita é que foi matéria de amplo questionamento na mídia e, inclusive, no Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO), que publicou uma nota de repúdio, após os pais de Gabriel (7 anos) e Samuel (5), terem permitido aquele dirigir um carro com este. É claro que para esse e outros apuros e imprudências, seja em automóveis, iates ou jatinhos (como a Aeronave Cessna Aircraft, modelo 560XLS, matrícula PR-TEN vendidos para a Val de Bet, cujos proventos derivados da venda foram supostamente ocultos), Gusttavo poderá contar com a vara de tocar gado do Caiado, que além de abrir porteiras, parece abrir algemas também, seja de parentes ou de amigos. Já para inimigos do rei, a força da lei…