Joênia Wapichana nasceu em 20 de abril de 1974, em Boa Vista, Roraima, na comunidade indígena Cabeceira do Truarú. É da etnia Wapixana e a primeira mulher indígena a exercer a advocacia no Brasil. Formou-se em direito pela Universidade Federal de Roraima em 1997 e, posteriormente, concluiu mestrado em Direito Internacional nos Estados Unidos.
Atuação na defesa dos direitos indígenas e presidência da Comissão de Direitos dos Povos Indígenas da OAB
Joênia atuou na demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol e trabalhou no departamento jurídico do Conselho Indígena de Roraima (CIR) e na defesa dos direitos de posse de terra dos povos indígenas na Região Norte do Brasil. Foi a primeira presidente da Comissão de Direitos dos Povos indígenas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), criada em 2013.
Eleição como deputada federal e atuação no Congresso Nacional
Em 2018, Joênia Wapichana foi eleita à Câmara dos Deputados por Roraima, pela Rede Sustentabilidade. Foi a primeira mulher indígena a ser eleita para esse cargo no Brasil. Durante seu mandato, Joênia foi uma crítica contumaz do governo de Jair Bolsonaro e apresentou um pedido de impeachment contra o presidente em 2021, alegando crimes contra a população indígena. Também denunciou as consequências sociais e humanitárias do impacto do garimpo ilegal sobre as populações indígenas.
Presidência da Funai
Em 2023, Joênia Wapichana tornou-se a primeira mulher indígena a presidir a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), que passou a se chamar Fundação Nacional dos Povos Indígenas (antiga Fundação Nacional do Índio). Durante seu mandato, Joênia busca promover a proteção dos direitos dos povos indígenas e garantir o diálogo e a parceria entre os povos indígenas e o governo.