A reforma tributária, cujo texto retornou à Câmara dos Deputados após a aprovação no Senado, será positiva no médio e longo prazo para o país, dado o regime “caótico” que existe hoje e isso pode ter impacto nos investimentos. Mas ainda há muitas incertezas quanto à alíquota final e os regimes especiais que estão sendo criados ou mantidos, diz Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro do FGV/Ibre.
Durante debate no 18º SIAC, promovido pela Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Silvia disse acreditar que a criação do novo imposto sobre o valor agregado (IVA) deve trazer uma melhora na produtividade, embora o prazo de transição entre o antigo e o novo regime tributário seja muito longo.
Ela também avaliou que o texto aprovados pelos senadores perdeu um pouco do que poderia ser considerada a melhor parte da refirma, que era a isonomia entre os setores.
A economista do FGV/Ibre disse que outro aspecto a ser considerado é a clareza que a reforma trará à carga tributária, que hoje é difícil de medir. “Vamos ter clareza da alíquota de cada bem e cada serviço e vai ficar mais claro que ela é excessiva no Brasil.”
Para Silvia, o investimento não depende só da taxa de juros estar mais baixa, mas também do ambiente de negócios, com estabilidade de regras. “Precisa ter previsibilidade. Quando a incerteza é muito elevada, o investimento é o mais penalizado”, disse.