O vereador de Belo Horizonte Marcos Crispim (PP) diz ter sido vítima de ofensa racista na sessão na última segunda-feira (24), na Câmara Municipal. Ele acusa uma mulher branca de ter passado as mãos nos braços, em gesto de teor preconceituoso. O caso aconteceu durante a votação que serviu para aprovar o veto ao uso da linguagem neutra nas escolas de Belo Horizonte.
Crispim foi a uma delegacia a fim de abrir boletim de ocorrência contra a mulher. Ele afirmou ter percebido os gestos preconceituosos após discursar ao microfone, durante o debate a respeito da linguagem neutra.
“Indaguei algumas pessoas sobre as manifestações (vindas das galerias), assim como outros vereadores, pedindo silêncio. E a partir deste momento, uma senhora começou a fazer um gesto, passando as mãos nos braços. A questionei sobre isso e ela continuou. Por fim, mesmo com o presidente da Câmara (Gabriel Azevedo, sem partido) pedindo para que ela parasse com os gestos e dizendo que não aceitava qualquer tipo de injúria racial contra qualquer vereador, ela continuou. Até que ele pediu que os seguranças da casa a retirassem”, contou.
À imprensa, o vereador classificou a situação como “muito triste”. “É difícil passar por um momento desse, principalmente quando você está em um local de trabalho representando uma comunidade tão sofrida como a que represento”, lamentou.
Sessão marcada por casos de polícia
Marcos Crispim não foi a única pessoa presente à Câmara de BH na última segunda-feira (24), que resolveu pedir ajuda à Polícia. Isso porque Cacau Pereira, presidente do Psol em Minas Gerais, abriu queixa por agressão contra seguranças que o retiraram à força das galerias do plenário.