Procuradoria da República no DF investiga possíveis irregularidades na proteção de indígenas durante governo Bolsonaro

Dois inquéritos foram abertos pela Procuradoria da República no Distrito Federal para investigar supostas irregularidades cometidas durante o governo de Jair Bolsonaro na execução de políticas de proteção a indígenas. No primeiro caso, o Ministério Público questiona a baixa execução orçamentária do então Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos nos programas voltados para a população indígena e quilombola.

Em 2020, apenas 44% do orçamento previsto para a área foi executado, o que teria impactado as políticas públicas do setor. Na outra investigação, o Ministério Público apura uma portaria editada em junho de 2021 pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) que mudou a composição dos grupos técnicos de identificação, delimitação e demarcação de áreas indígenas, permitindo a substituição de antropólogos por servidores do próprio órgão, sem especialização técnica adequada, sob a justificativa de economia para os cofres públicos. A procuradora da República Luciana Loureiro Oliveira apontou no documento de abertura do inquérito que o objetivo é “apurar possível prática de improbidade administrativa”.

SOBRE OS INQUÉRITOS

O primeiro inquérito diz respeito à baixa execução orçamentária do então Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos nos programas voltados para a população indígena e quilombola. Segundo a portaria que deu origem ao inquérito, em 2020, apenas 44% do orçamento previsto para a área foi executado, o que teria impactado negativamente as políticas públicas do setor.

Essa baixa execução orçamentária pode ter causado prejuízos às comunidades indígenas e quilombolas, que não tiveram acesso aos recursos necessários para implementação de programas de proteção e desenvolvimento sustentável em suas regiões.

Já o segundo inquérito está relacionado à uma portaria editada em junho de 2021 pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), que mudou a composição dos grupos técnicos de identificação, delimitação e demarcação de áreas indígenas. Essa mudança permitiu a substituição de antropólogos por servidores do próprio órgão, sem especialização técnica adequada, sob a justificativa de economia para os cofres públicos.

O Ministério Público aponta que essa mudança pode ter prejudicado o processo de identificação, delimitação e demarcação de terras indígenas, comprometendo os direitos das comunidades tradicionais e podendo gerar conflitos fundiários. A procuradora da República Luciana Loureiro Oliveira, responsável pela investigação, destacou que o objetivo do inquérito é “apurar possível prática de improbidade administrativa”, o que indica que há suspeitas de que a portaria possa ter sido editada com intenções ilícitas ou prejudiciais aos interesses públicos.

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