Bahia pode ser laboratório para política nacional com terceira via para governador, avalia cientista político.
O estado é reduto do PT, que está no poder desde 2006, mas quem lidera a disputa para governador lá com ampla margem é o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil), com 56% das intenções de voto. Candidatos do PT e do PL aparecem, respectivamente, com 13% e 7%. A eleição para governador na Bahia está se desenhando com um quadro diferente da polarização nacional para presidente. De acordo com o cientista político da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Paulo Fábio Dantas, o estado pode ser um laboratório para a política nacional com a terceira via para governador.
Antônio Carlos Magalhães Neto (ACM Neto), do União Brasil
Quem lidera a disputa para governador lá com ampla margem é o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil), com 56% das intenções de voto na pesquisa Ipec mais recente. Ele nunca esteve ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nem está com Jair Bolsonaro (PL). Distantes dele nas pesquisas aparecem o candidato petista, Jerônimo Rodrigues, com 13% das intenções de voto, e João Roma, candidato do PL apoiado por Bolsonaro, com 7% dos votos.
Análise do especialista
“Se desenha aqui [na Bahia] uma eleição [com definição] em primeiro turno de um candidato com um perfil próximo ao que se pode chamar, em termos nacionais, de uma terceira via. Se as urnas confirmarem isso, a Bahia pode vir a ser, a partir de 2023, um laboratório de testes interessante para esse campo político da política nacional“, disse Paulo Fábio Dantas. Como fatores que ajudam a explicar por que o PT, que está no poder na Bahia desde 2006 e tem o estado como o seu principal reduto, com predominância de Lula nas pesquisas, o cientista político apontou desgaste e fragilidades do candidato petista Jerônimo Rodrigues, que é ex-secretário da Educação. “Na eleição baiana ocorre o oposto [da disputa presidencial]. Há uma polarização forte entre dois grupos políticos: o governista estadual liderado pelo PT e o da oposição, liderado pelo ex-prefeito de Salvador ACM Neto, da União Brasil. Uma polarização entre grupos que não se traduz numa real polarização eleitoral. ACM Neto lidera com ampla vantagem. Seu opositor principal, do PT, aparece numa posição mais próxima do terceiro colocado do que da do líder“, afirmou ele [Dantas].
Do Portal Política