No dia 26 de setembro de 2023, durante uma reunião da CPI do 8 de Janeiro, o presidente da comissão, Arthur Maia, do partido União Brasil-BA, tomou a decisão de expulsar o deputado Abilio Brunini, do PL-MT, da sessão da CPI. Abilio Brunini recusou-se a sair voluntariamente, levando Arthur Maia a seguir o regimento e suspender a sessão até que o congressista deixasse a sala onde a comissão estava ocorrendo.
Interrupção durante o Questionamento a General Augusto Heleno
A expulsão de Brunini ocorreu após ele interromper a fala da deputada Duda Salabert, do PDT-MG, enquanto ela questionava o ex-ministro do GSI, general Augusto Heleno. Salabert abordou a operação Punho de Ferro no Haiti, liderada pelo general, e alegou que essa operação resultou em um massacre de “dezenas de crianças e mulheres”. Em resposta, Heleno afirmou que nunca havia matado crianças, mas foi rebatido por Salabert, que enfatizou que não estava acusando o general de assassinato.
Interrupção e Acusação de Imputação de Crimes
Foi nesse momento que Abilio Brunini interrompeu a deputada Salabert, alegando que ela estava imputando crimes ao general Heleno. Ele destacou que Heleno estava depondo à comissão como testemunha, não como investigado.
Expulsão e Ameaças de Não Sair
Arthur Maia, o presidente da CPI, pediu respeito aos congressistas para permitir que Salabert completasse sua declaração. Quando Brunini continuou interrompendo e chamando as declarações de Salabert de “asneiras”, Maia o alertou sobre seu comportamento. Brunini, por sua vez, desafiou Maia e perguntou o que ele faria. Nesse ponto, o presidente da CPI anunciou que Brunini deveria sair da comissão e que, se não o fizesse, seria impedido de entrar na próxima sessão.
Brunini recusou-se a sair e afirmou que continuaria no plenário da comissão. A sessão foi suspensa por volta das 13h30 devido à recusa de Brunini em sair.
A Reação de Arthur Maia
Após a suspensão da sessão, Arthur Maia conversou com jornalistas e expressou sua preocupação com a busca de alguns congressistas por promoção através de discussões acaloradas. Ele não mencionou diretamente Abilio Brunini, mas fez comentários gerais sobre comportamento inadequado na CPI.
Saída de Brunini e a Possibilidade de Retorno
Abilio Brunini deixou o plenário da comissão por volta das 14h14, após uma conversa com o deputado Alexandre Ramagem. Ele permaneceu no local por cerca de 40 minutos, apesar do pedido de Maia para que saísse.
Brunini mencionou a possibilidade de prejudicar seus colegas da oposição se continuasse no plenário, já que a maioria dos senadores e deputados de oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva estava programada para falar na parte da tarde. Ele também mencionou “abuso de poder” em relação à sua expulsão.
Brunini argumentou que, como suplente, ele tinha o direito de participar da comissão e afirmou que Maia não poderia impedi-lo de entrar em uma próxima sessão da CPI, mesmo que ele não tivesse saído voluntariamente.