Com maioria governista, tendência é de aprovação de relatório da CPMI do 8 de janeiro

Senadora Eliziane Gama (PSD-MA)

CPMI deve aprovar o relatório apresentado pela senadora Eliziane Gama que pede o indiciamento de Bolsonaro e doutras 60 pessoas; confira.

Por Harrison S. Silva

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro retoma hoje, dia 18, a discussão sobre o relatório final apresentado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA). Com maioria governista, a expectativa é de que colegiado aprove o documento que, entre outros pontos, pede o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e doutras 60 pessoas pelos atos extremistas na Praça dos Três Poderes. No seu relatório, Eliziane Gama avalia que o entorno de Bolsonaro sabia do alcance e, deliberadamente, estimulou manifestações de cunho golpista do 8 de janeiro.

As investigações aqui realizadas, os depoimentos e os documentos recebidos permitiram que chegássemos a um nome em evidência e a várias conclusões. O nome é Jair Messias Bolsonaro. Como se verá nas páginas que se seguem, a democracia brasileira foi atacada e as massas manipuladas”, disse Eliziane Gama.

O relatório não conta com apoio da bancada da oposição na CPMI, formada majoritariamente por aliados do ex-presidente. O grupo chegou a apresentar um relatório paralelo pedido o indiciamento de diversos nomes do atual governo, entre eles do ministro da Justiça, Flávio Dino, e do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por suposta omissão nos atos extremistas.

Para a bancada bolsonarista, o governo petista tinha intenção deliberada de permitir a concretização daqueles atos violentos […] numa tentativa clara e mesquinha de obter ganhos eleitorais e criminalizar movimentos populares legítimos e voluntários. A oposição, no entanto, não conta com votos suficientes para derrotar o relatório da senadora Eliziane.

Antes da apresentação do documento, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que o documento iria representar uma pá de cal na tentativa da oposição de tentar responsabilizar o governo petista pelos atos extremistas. Dessarte, o governo preparou uma tropa de choque para a última semana da CPMI, com a presença de todos os deputados e senadores da base governista na sessão. Os pedidos feitos por Eliziane no parecer da CPMI não significam indiciamentos automáticos. A lista é, na prática, uma sugestão. Cabe aos órgãos responsáveis, como o Ministério Público, avaliar a apresentação de denúncias.

 

Fonte:  O Antagonista, com adaptações

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