A Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Informática do Senado realizou audiência pública para debater a produção de vacinas no Brasil, proposta pelo senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP). Durante a audiência, o senador destacou a importância de tornar o Brasil independente da importação de tecnologia de vacinas. Ressaltou o trabalho iniciado durante o seu mandato como ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações e elencou os desafios inerentes à transformação de descobertas científicas em produtos.
“Queremos apoiar e acompanhar o desenvolvimento das vacinas 100% nacionais para garantir segurança e soberania para a população brasileira” justificou o senador. A audiência contou com a presença de representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, do Instituto e Fundação Butantã, da Universidade de São Paulo, do Senai-Cimatec e da Universidade Federal de Minas Gerais.
Entenda
O senador destacou a sua colaboração com a UFMG, no início da pandemia, para desenvolver a SpiN-Tec MCTI, uma vacina brasileira concebida e projetada desde o início com tecnologia nacional. “Uma das coisas que me orgulho muito é ter buscado uma universidade como a Federal de Minas Gerais para produzir uma vacina 100% brasileira”, contou Pontes.
De acordo com o senador, ainda falta estrutura para a produção em pequena escala dos lotes pilotos em conformidade com as boas práticas de laboratório e de fabricação, requisitos essenciais da Anvisa para os testes de vacinas no Brasil. Ele disse que a solução para esse problema é o Centro Nacional de Vacinas que começou a ser construído em Minas Gerais, durante o seu mandato no governo Bolsonaro, em 2021, com previsão de conclusão das obras em 2026.
Durante a audiência, Marcia Cristina Bernardes Barbosa, Secretária de Políticas e Programas Estratégicos do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, enfatizou a continuidade das ações e projetos iniciados pelo ex-ministro e apontou a desindustrialização do Brasil como um dos entraves na área de saúde. “Precisamos de mais investimentos, apoio, sinergia e união do Executivo, Legislativo e Judiciário com a sociedade. Essa parceria vai transformar o Brasil, colocar de pé o complexo industrial de saúde”, defendeu a secretária.
Combate à malária
Outra vacina nacional está sendo desenvolvida pela Universidade de São Paulo para combater a malária. Os estudos começaram antes da pandemia. Irene da Silva Soares, Chefe Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da Faculdade de Ciência Farmacêutica da USP, destacou a importância dessa vacina. Das 17 vacinas do Plano Nacional de Imunização, que é referência para o mundo, apenas 4 são fabricadas no Brasil, não dependem de importação de IFA. Até o momento, nenhuma com tecnologia desenvolvida no Brasil, por pesquisadores brasileiros, em instituições brasileiras.
Um estudo clínico de fase 1 de uma vacina RNA contra Covid-19, começou em janeiro de 2022, graças à parceria firmada pelo ex-ministro Astronauta Marcos Pontes com o Senai Cimatec, em Salvador. Durante a audiência pública no Senado, Luiz Alberto Breda, diretor executivo de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do Senai Cimatec, falou sobre os avanços dos estudos clínicos. “Já rodamos o estudo clínico da fase 1 e apresentamos o relatório para a Anvisa. Os resultados foram muito bons em relação à segurança da vacina e indicação inicial de eficácia. Aprovamos a fase 2 e iniciamos conversas com empresas para a fase 3, de industrialização”, informou.
Por fim…
Ao encerrar a audiência, o parlamentar reafirmou o compromisso de superar os desafios e promover o desenvolvimento da pesquisa, da tecnologia e da produção de vacinas brasileiras. “Produzir vacinas com tecnologia Brasileira significa soberania e a possibilidade de o país ajudar outras nações do hemisfério Sul com tecnologia nacional. O Brasil precisa ocupar o seu papel de liderança”, concluiu.
Fonte: Gabinete do senador Astronauta Marcos Pontes
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