Randolfe Rodrigues contraria o próprio partido ao criticar o financiamento público de campanhas

O congressista disse que não discutiu a proposta ainda com o presidente Lula, nem com a base aliada; veja

Foto: Reprodução

O líder do governo no Congresso Nacional, o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), afirmou nesta sexta-feira, dia 4, que o financiamento público das campanhas eleitorais foi um erro e que pretende propor, depois das eleições, um modelo que reduza o fundão eleitoral. A mudança de tom após ter defendido o uso de dinheiro público para campanhas aprovado em 2017 pelo Congresso ocorre em meio às sucessivas denúncias e operações da Polícia Federal contra candidatos suspeitos de praticarem “caixa 2” nas eleições municipais deste ano.

“O modelo de financiamento que instituímos com o intuito de moralizar o processo eleitoral acaba desmoralizando ainda mais o sistema. Escancarou as portas para o caixa dois”, disse em entrevista à Folha de S. Paulo.

De acordo com ele, o modelo atual é um erro, mas que uma liberação total também não seria adequada. As doações empresariais às campanhas eleitorais foram proibidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2015 na esteira das investigações da Operação Lava Jato. Embora agora se mostre contra esse modelo de financiamento, Randolfe reconhece que pode enfrentar resistência dentro do PT, favorável ao uso de dinheiro público para bancar as campanhas eleitorais.

O senador disse que também não discutiu a proposta ainda com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e nem com a base aliada, mas afirmou que o tema é inevitável. Para Randolfe Rodrigues, o atual modelo de financiamento encarece as campanhas e cria duas fontes de financiamento, sendo uma oficial e a outra ilegal que, diz, corre muitas vezes sem o controle das autoridades.

 

Fonte: Gazeta do Povo (com adaptações)

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