O presidente da França, Emmanuel Macron, foi recebido no Senado, nesta quinta-feira, dia 28, pelo presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Eles conversaram no Salão Nobre, mas parte da reunião foi sigilosa. Este foi o último compromisso oficial de Macron no país, e ele retornou à Europa tão logo, após três dias com agenda cheia na sua primeira visita ao Brasil.
Pacheco agradeceu a visita de Macron e elogiou os acordos e diálogos com o governo brasileiro. O presidente do Senado também convidou o presidente francês para novas visitas ao Congresso futuramente.
“O Brasil tem muitos desafios pela frente, sobretudo a condução do G20 e a realização da COP 30, que será no Norte do Brasil, no estado do Pará. Naturalmente que esta relação com a França é fundamental para que sejamos bem-sucedidos.” Disse Pacheco a Macron.
O presidente da França agradeceu a acolhida e elogiou a democracia brasileira. Ele garantiu que voltará ao Brasil em novembro para a reunião do G20 (grupo das 19 maiores economias do mundo, além da União Africana e da União Europeia), no Rio de Janeiro; e no próximo ano, para participar da COP 30 (Conferência das Partes das Nações Unidas sobre o Clima), em Belém.
“A democracia brasileira é muito viva. O que vocês têm feito nos últimos anos tem sido para nós uma fonte de inspiração, vendo a capacidade de resistência que vocês têm aqui. Nós estamos perfeitamente conscientes do papel que senadores e deputados eleitos desempenham.” Disse Macron a Pacheco, em tradução livre.
Um dos temas na pauta entre França e Brasil é o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. O acordo entre os dois blocos teve os termos concluídos em 2019, após vinte anos de negociações, mas ainda não foi finalizado. Em mais de uma ocasião, Macron já se posicionou contra o acordo. Essa resistência vem recebendo críticas de senadores.
Recentemente, o senador Zequinha Marinho (Podemos-PA) reclamou de pressões ambientais por parte da França. Os senadores Luis Carlos Heinze (PP-RS) e Plínio Valério (PSDB-AM) também já criticaram ações e falas de Macron. Também participaram da reunião os senadores Davi Alcolumbre (União- AP) e Randolfe Rodrigues (S/Partido-AC),
Diplomacia
Durante o encontro entre Macron, Pacheco e outros senadores, foi instalado o Grupo Parlamentar Brasil-França, instituído pela Resolução 33/2019, como serviço de cooperação interparlamentar. O grupo tem a finalidade de incentivar e desenvolver as relações bilaterais entre os Poderes Legislativos dos dois países, bem como contribuir para a análise, a compreensão, o encaminhamento e a solução de problemas.
De acordo com o Itamaraty, há mais de 100 mil brasileiros que residem na França atualmente. O Brasil tem embaixada em Paris e consulados em Paris, Marselha e em Caiena, capital da Guiana Francesa. A França tem embaixada em Brasília e consulados nas cidades de Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, além de representações diplomáticas noutras capitais. O atual embaixador brasileiro na França é o diplomata Ricardo Neiva Tavares, aprovado pelo Senado em maio de 2023.
Fonte: Agência Senado (com adaptações)