Corrida política no Alagoas

Alagoas é um pequeno Estado da região Nordeste do Brasil. É marcado por praias de areia branca, lagoas cristalinas e recifes de corais. Em Maceió, a sua capital, estão localizadas as famosas praias Pajuçara e Ponta Verde, com hotéis, bares e restaurantes. A população do Estado é de 3,322 milhões (julho de 2014) e tem como sede do Governo do Estado, o Palácio dos Palmares. Os alagoanos vão às urnas neste ano para escolherem o seu governador e senador.

O candidato do Governo Renan Calheiros Filho ainda não foi definido. A disputa está entre o deputado estadual Paulo Dantas (MDB) e o prefeito de Pilar, Renato Filho (PSC), que poderá se filiar ao MDB. Hoje, o principal adversário da família Calheiros é o senador Rodrigo Cunha (PSDB), que será candidato a governador. Porém, esse cenário ainda pode mudar. Mesmo sendo aliado de Cunha, o prefeito de Maceió, JHC (PSB), pode renunciar ao cargo para candidatar-se ao comando do Estado. O ex-prefeito de Maceió Rui Palmeira (PSD) também pode entrar no páreo. Outros nomes que podem aparecer na corrida eleitoral são o da deputada estadual Jó Pereira (MDB), que poderá mudar de partido e ter o apoio do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), e o do deputado Antônio Albuquerque (PTB).

Este ano será o último do governador Renan Filho (MDB), independentemente de ele sair candidato ao Senado ou não. O ambiente político dos finais de mandato muda de acordo com o destino do governante, se vai terminar os quatro anos ou se vai renunciar para disputar eleição. Em outubro do ano passado, em entrevista ao portal da Revista Veja, o governador disse ter boas chances na disputa, mas que era preciso, ainda, organizar a disputa ao Governo, à sua sucessão.

 

 

Os perfis dos pré-candidatos ao Governo de Alagoas

 JHC (PSB);

Presidente Nacional do PSB anuncia candidatura de JHC a prefeito de Maceió

  • O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PSB), lidera as intenções de voto para o Governo de Alagoas, segundo revela levantamento exclusivo do Paraná Pesquisa para esta coluna e para o Diário do Poder na capital do Estado. JHC ainda não decidiu, nem vai decidir agora, sobre uma eventual candidatura. O plano A é ajudar na eleição de Rodrigo. Para isso, o grupo do prefeito deve avaliar, até o começo de março a viabilidade eleitoral do senador. O plano B é JHC candidato. Mas não é só. Outro desafio a ser enfrentado por JHC é a federação partidária que está sendo formada pelo PT e PSB. Nessa federação, por enquanto, cabe JHC. Embora não exista veto a Rodrigo Cunha, não existe sinalização (de ambos os lados) de nenhuma conversa com o pré-candidato ao governo.

 

Rui Palmeira (PSD);

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  • Rui Palmeira vai entrar oficialmente na corrida pelo Palácio dos Palmares. O ex-prefeito de Maceió intensificou as conversas nos últimos dias e se prepara para anunciar a pré-candidatura a governador pelo PSD já no início de janeiro de 2022. Rui Palmeira também deve assumir a presidência do partido em Alagoas nos próximos dias. Condição para ajudá-lo a conduzir a montagem de uma chapa majoritária. O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, tem apostado numa candidatura do partido ao governo em Alagoas e deve vir ao Estado no começo do ano para reforçar o nome de Palmeira.

 

Jó Pereira (MDB provavelmente PP);

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  • O nome da deputada Jó Pereira está fluindo com muita intensidade e a aliança ganharia o apoio do presidente Jair Bolsonaro, do deputado Arthur Lira, presidente da Câmara e do prefeito JHC. No seu segundo mandato na Assembleia Legislativa, a parlamentar ganhou musculatura política e está – segundo diferentes avaliações – pronta para um voo mais alto. Jó seria o nome do presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP) para compor uma chapa majoritária. Seu nome é especulado como provável indicada para vaga de vice nas chapas de Paulo Dantas e Rodrigo Cunha. Lembrando que ela esteve mais próxima, no passado mais recente, do senador tucano. Se for para a majoritária, está claro, Jó disputará o mandato pelo PP. Na proporcional, no entanto, existe possibilidade de que continue onde está no MDB.

 

Paulo Dantas (MDB provavelmente União Brasil)

Paulo Dantas relata a situação de dificuldade enfrentada pelos produtores  da Bacia Leiteira - Correio dos Municípios - Alagoas

  • Paulo Dantas consolida candidatura ao Governo e revela ter projetos para Alagoas. Não existe nenhuma dúvida de que o deputado Paulo Dantas, que faz parte da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, é o candidato a substituir Renan Filho a partir do início de abril. E vai mais longe: escolhido governador tampão, vai trabalhar para disputar novamente as eleições majoritárias de outubro deste ano. Líder da maioria na Assembleia Legislativa, muito próximo de Marcelo Victor, amigo pessoal de Renan Filho e Renan Calheiros e aliado de Arthur Lira e com fama de honrar a palavra abriu os caminhos entre os líderes políticos. O histórico positivo na gestão municipal e a liderança reconhecida no sertão, por outro lado podem ajudar na disputa pelo voto popular, com isso a candidatura de Paulo Dantas ao governo do Estado está ganhando cada vez mais corpo, que pode seguir seu próprio caminho, independentemente da decisão do governador de se desincompatibilizar ou não. Atualmente filiado ao MDB ele já avisou que pretende se filiar ao União Brasil.

 

Renato Filho (MDB);

Renato Filho deve ser o candidato de Renan Filho ao governo do estado

  • Renato Filho seu ingresso no MDB ocorre no momento de definição do sucessor ao Palácio República dos Palmares. O prefeito de Pilar aposta alto em uma candidatura majoritária estadual em 2022. Para se viabilizar como candidato a governador, tem percorrido o Estado, contratou marqueteiro, reforçou a comunicação e tem atuado fortemente nas articulações – conversando com todas as frentes políticas do Estado. Todas. O plano A de Renato sempre foi ser o candidato de Renan Filho. O acordo que está sendo costurado entre a Assembleia Legislativa e o governador, no entanto inviabiliza – num primeiro momento – essa possibilidade.

 

Rodrigo Cunha (PSDB);

Candidato tucano é mais lembrado como opção de voto ao Senado, em Alagoas -  Diário do Poder

  • O senador Rodrigo Cunha em declaração ao portal R7, o senador assumiu oficialmente, que será ao governo de Alagoas este ano. Até então, o parlamentar evitava confirmar a pré-candidatura, mas sempre alimentava as especulações. Foi a primeira vez que ele deu um posicionamento claro sobre sua participação na disputa. O senador tucano elegeu-se para seu primeiro de senador por Alagoas com mais votos que o ex-presidente do Senado Renan Calheiros (MDB), em 2018. E deixou claro para o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo o seu posicionamento de impossibilidade de caminhar ao lado dos Calheiros nas Eleições de 2022, em Alagoas (negociações da referida federação partidária entre os presidentes do PSDB, Bruno Araújo, e do MDB, Baleia Rossi).

 

Antônio Albuquerque (PTB);

Antonio Albuquerque solicita ao governo o recapeamento da rodovia AL-115 -  Correio dos Municípios - Alagoas

  • Antônio Albuquerque, com sete mandatos na Assembleia Legislativa, parece disposto a tentar um passo maior. Já avisou a vários interlocutores que pretende disputar o governo. Atualmente, o deputado vem dialogando com partidos políticos que podem fortalecer sua pré-candidatura ao Governo de Alagoas. O deputado já teria o apoio do Solidariedade e do Republicanos e todos sabem quanto mais partidos, mais a legenda terá direito a tempo de TV e Rádio e ao fundo partidário. Antônio Albuquerque conta também com um grupo de 14 prefeitos (de um total de 102).

 

Fernando Collor (Pros);

Fernando Collor é o primeiro a se inscrever como candidato a presidente do  Senado | Blog do Gerson Camarotti | G1

  • Por último outro parlamentar que já foi cotado numa disputa para o governo é o senador Fernando Collor, no entanto, ele já negou diversas vezes a intenção, mantendo assim a sua posição de disputar um terceiro mandato de senador. Na penúltima semana do ano, Collor disse que o cenário das eleições em Alagoas ainda é de indefinição.

 

Enquanto o cenário é de indefinição, Collor tem percorrido os municípios alagoanos apresentando emendas viabilizadas junto ao governo federal. Collor também conta com apoio do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). Durante as suas agendas, o senador destaca a parceria com Bolsonaro, mesmo com o presidente contando com uma alta rejeição, segundo as pesquisas divulgadas até o final do ano passado.

 

Para o Senado alagoano

As eleições deste ano constituem a renovação de um terço do senado, e em Alagoas corresponde à vaga do atual senador Fernando Collor de Mello.  Coincidentemente ocorre o final dos oito anos do Governo de Renan Filho e que não pode ser candidato à reeleição. A grande questão que não quer calar: Renan Filho é candidato ao senado contra Collor ou permanecerá no cargo até o final do mandato e apostará todas as fichas na eleição do ex-presidente Lula e, assim, conquista a possibilidade de vir a ser Ministro?  Se as eleições fossem hoje, o atual governador Renan Filho ganharia, segundo as pesquisas, com larga vantagem para o segundo colocado, que hoje é o atual senador Collor. A grande dúvida de Renan Filho seria deixar o mandato de governador nas mãos dos seus adversários políticos e sem a máquina do Estado a seu favor, o que desfavorece grandemente as suas pretensões.

Renan Filho, com alta popularidade, era tido como candidato ao Senado já em 2018, quando foi reeleito governador. O que levou isso de certo para indefinido foi a eleição de 2020, quando o então vice-governador Luciano Barbosa (MDB) se lançou candidato a prefeito de Arapiraca e foi eleito.

Com o cargo de vice-governador vago, a linha sucessória em caso de renúncia de Renan Filho para disputar o Senado é uma incógnita. Isso porque a Assembleia Legislativa teria que fazer uma eleição indireta para governador. Ele só pretende renunciar se a situação estiver pacificada para eleger um aliado para o governo.

 

Os pré-candidatos só serão candidatos de fato após a aprovação da candidatura pelo Juiz Eleitoral. Cabe notar, que a lei não estabelece uma data inicial para a divulgação duma pré-candidatura, porém, há um período legal para a realização da propaganda intrapartidária, que só pode começar a partir das 19h do dia 5 de julho do ano das eleições. Ademais, o registro das candidaturas à Justiça Eleitoral começam a partir do dia 20 de julho e vão até o dia 5 de agosto do ano eleitoral, conforme disposto na Lei das Eleições. As eleições gerais no Brasil em 2022 estão agendadas para o dia 2 de outubro, em primeiro turno, e 30 de outubro em segundo turno, onde houver.

Para ser governador de Estado, é necessário ter, no mínimo, 30 anos. Paralelamente, ao Senado, a Constituição exige 35 anos.

 

As estatísticas (ao Governo)

Em Alagoas, governado atualmente por Renan Filho, o ex-prefeito de Maceió Rui Palmeira (PSD) aparecia na liderança na disputa pelo governo estadual, com 25% das intenções de voto, segundo pesquisa realizada em fevereiro pela Falpe Pesquisas, contratada pela MZV Serviços Empresariais. Ele era seguido pelo senador Rodrigo Cunha (PSDB), que tinha 20%, e por Antônio Albuquerque (PTB), com 14%. Veja os números completos:

 

Rui Palmeira (PSD): 25%

Rodrigo Cunha (PSDB): 20%

Antônio Albuquerque (PTB): 14%

Renato Filho (MDB): 7,25%

Paulo Dantas (MDB): 5,75%

Nenhum: 16,25%

Não opinaram: 11,75%

Metodologia

A pesquisa ouviu 2.994 pessoas em todo o estado, entre os dias 4 e 11 de fevereiro, e está registrada no TSE com o número AL-08574/2022. O levantamento tem margem de erro de 2,34% para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 99%.

 

Matéria feita por Harry e Vithor Nunes, colunistas do Portal Política

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