Wilson Witzel nasceu em Jundiaí, interior de São Paulo, em uma família de ascendência alemã e italiana. Depois de passar pela Marinha, Witzel formou-se em processamento de dados e em direito. Atuou como defensor público e juiz federal, antes de deixar a magistratura para se candidatar ao governo do Rio de Janeiro, em 2018, pelo Partido Social Cristão (PSC).
Eleição e Governo do Rio de Janeiro
No primeiro turno das eleições, Witzel conseguiu apenas 1% das intenções de voto, mas cresceu rapidamente, graças ao discurso de combate à corrupção e a uma série de apoios, incluindo o de Flávio Bolsonaro, filho do então candidato à presidência, Jair Bolsonaro. No segundo turno, Witzel venceu Eduardo Paes, do DEM, com 59,87% dos votos válidos.
Como governador, Witzel teve uma gestão conturbada, marcada por desentendimentos com diversos setores da sociedade e com o próprio presidente Jair Bolsonaro, com quem acabou rompendo relações. Em agosto de 2020, ele foi afastado temporariamente do cargo por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), durante investigação de desvios de recursos da área da saúde. Em 30 de abril de 2021, foi concluído o processo de impeachment que condenou Witzel à perda do mandato.
Rompimento com Bolsonaro
Após a eleição, Witzel foi visto como um aliado da família Bolsonaro em nível estadual, mas acabou se afastando do presidente e rompendo com ele. Em janeiro de 2019, Witzel anunciou suas intenções de se candidatar à presidência da República em 2022 e passou a criticar mais amplamente o presidente, rebatendo diretamente seus posicionamentos, ações e falas. O rompimento definitivo pareceu ocorrer em outubro de 2019, quando Bolsonaro acusou Witzel de querer destruir sua família e a relação entre os dois se deteriorou completamente.
Impeachment
Wilson Witzel foi afastado do cargo de governador do Rio de Janeiro em agosto de 2020 devido às investigações sobre desvios de recursos destinados ao combate à pandemia de COVID-19. O vice-governador, Cláudio Castro, assumiu interinamente. Em novembro de 2020, a Assembleia Legislativa do Estado aprovou por unanimidade o processo de impeachment contra Witzel. Em abril de 2021, o Tribunal Misto formado por deputados estaduais e desembargadores decidiu pela condenação do governador afastado por crimes de responsabilidade, tornando-o inelegível por cinco anos.
Em março de 2021, a Operação Tris in Idem foi deflagrada pela Polícia Federal para investigar supostos crimes cometidos por Witzel e outros envolvidos em esquemas de corrupção na saúde do Rio de Janeiro, que teriam desviado mais de R$ 18 milhões. Em agosto de 2021, Witzel foi denunciado pelo Ministério Público Federal por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.