Maria Del Carmen Fidalgo Sanchez Puga nasceu em 24 de novembro de 1948, em La Cañiza, Província de Pontevedra, na Espanha, filha do trabalhador rural, lavrador e industriário Francisco Fidalgo Perez e da dona de casa Amália Sanchez Dominguez. Em 1954, migrou para o Brasil junto com sua família. Já na Bahia, cursou o Primário na Escola Nossa Senhora da Guia e no Colégio Dom Bosco e o Secundário no Colégio Estadual da Bahia (Central), em Salvador, formando-se em Técnica em Contabilidade em 1967. Em 1973, graduou-se em Engenharia Civil pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Iniciou a carreira profissional como engenheira civil da empresa Construção Especializada Ltda. (CEL), de Salvador, onde trabalhou até 1973, tendo sido, posteriormente, engenheira da Superintendência do Centro Administrativo da Bahia (CAB) e do Departamento de Edificações Públicas/DEP (1975-1979), diretora do DEP (1979-1980), coordenadora de engenharia da Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social/Setrabes (1980-1983) e diretora de obras da Superintendência dos Desportos/Sudesb (1983). Foi, ainda, assessora especial da Coordenadoria de Projetos Especiais da Setrabes (1984-1987), administradora do Parque Histórico do Pelourinho (1988-1989) e coordenadora de Projeto Comunitário da Prefeitura (1989).
Na gestão do prefeito de Salvador Fernando José (1989-1992), do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), foi administradora regional de Brotas (1989-1990), presidente do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (1991-1992) e secretária municipal de Ação Social (1990-1992). Em sua gestão, promoveu o recadastramento dos moradores do Loteamento Jaguaribe II, bairro de Nova Brasília de Ipitanga, na localidade conhecida como Estrada Velha do Aeroporto, procedimento que se tornou necessário após a constatação de que os beneficiados com as moradias construídas pela Prefeitura estavam negociando as casas e voltando a habitar áreas de risco onde anteriormente residiam e de onde haviam sido retirados em virtude das chuvas de 1984 e 1989.
Filiada ao Partido Social Cristão (PSC), Maria Del Carmen se candidatou em 1992 à prefeitura de Salvador com o apoio do então ex-prefeito e radialista Fernando José, tendo sido derrotada por Lídice da Mata (1993-1996), do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Continuou, entretanto, participando da gestão municipal, como superintendente de Manutenção e Conservação da Cidade/Sumac (1993-1994), migrando para o PSDB, pelo qual foi eleita deputada estadual para a legislatura 1995-1999.
Na Assembleia Legislativa do Estado da Bahia (ALBA), foi presidente da Comissão Especial de Defesa dos Direitos da Mulher (1995) e membro titular das Comissões de Saúde e Saneamento (1995), Desenvolvimento Econômico e Turismo (1995) e Direitos Humanos (1995). Em janeiro de 1996, foi nomeada secretária municipal de Infraestrutura e Saneamento de Salvador, licenciando-se do mandato parlamentar. Entre as obras realizadas destacam-se a drenagem e pavimentação da rua Chile e das Transversais I e II em Plataforma e a macrodrenagem dos canais do Paraguari e da rua Almirante Tamandaré, em Paripe, além da efetivação do Programa de Contenção de Encostas nos bairros de São Marcos, São Caetano, Sussuarana, Baixa de Quintas, Daniel Lisboa, Fazenda Grande do Retiro, Jaqueira do Carneiro, Vila Laura e Boca do Rio.
Retomando o mandato legislativo em 1997, Maria Del Carmen presidiu as Comissões de Desenvolvimento Econômico e Turismo (1997) e Proteção ao Meio Ambiente (1998) e foi membro titular das Comissões de Direitos Humanos (1997-1998) e Fiscalização e Controle (1997-1998). Suas solicitações ao governo do Estado giraram primordialmente em torno das necessidades da infraestrutura urbana, sobretudo de Salvador, tais como a regularização do abastecimento de água em diversas ruas, a dragagem manual e mecânica do canal que atravessava ruas do Loteamento Castelo Branco I e II e da Via Regional, a estabilização de encostas na Vila Alegria e na Boa Vista de São Caetano, a urbanização, pavimentação e contenção de encostas em Santa Mônica, a instalação de calçadas em Cosme de Farias, na Estrada Velha do Aeroporto e em Castelo Branco, a recuperação da Lagoa Paixão, no Parque Metropolitano de São Bartolomeu, em Pirajá, a ampliação da eletrificação e a instalação de uma creche no Bairro da Paz, a realização da ligação viária dos bairros de Cajazeiras e Valéria, a criação de uma linha de ônibus para integrar o bairro de Pirajá à Estação Pirajá, a concessão de um terreno para construção de um Centro Comunitário no Parque Metropolitano de Pituaçu, a construção de escolas em Pirajá, Fazenda Grande do Retiro e Vale das Pedrinhas e a ampliação dos recursos do Projeto Axé. Defendeu, em 1998, o direito dos babalorixás e ialorixás realizarem oferendas no Dique de Tororó, em Salvador, contra a proibição do governo do Estado.
Algumas de suas indicações ao Executivo estadual direcionaram-se, contudo, às demais regiões do Estado, como a instalação de um posto do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) em Ilhéus, a eletrificação da localidade de Roça de Dentro, em Paripiranga, a instalação de uma unidade de beneficiamento e entreposto de mel em Filadélfia, a pavimentação de ruas em Itanhém e a recuperação asfáltica das rodovias BA-697, entre Nova Viçosa e Posto da Mata, BA-505, entre Itanagra e Mata de São João, BA-084, entre Nova Soure e Biritinga, e BR 251, no trecho entre Ilhéus e Buerarema, além da instalação do Sistema de Língua Brasileira de Sinais (Libras) na Televisão Educativa da Bahia (TVE).
Nas eleições de 2000 e 2002, se candidatou pelo PSDB a vereadora e senadora, respectivamente, mas não obteve êxito. Em 2002, trabalhou como técnica responsável da empresa de engenharia SINPAV. Depois de breve retorno ao PSC, Maria Del Carmen avaliou que tanto este partido quanto a agremiação da qual fizera parte anteriormente não correspondiam ao projeto de fortalecimento da participação popular que esperava ver realizado na comunidade soteropolitana e na sociedade baiana em geral, ingressando no Partido dos Trabalhadores (PT).
Em 2004, elegeu-se vereadora de Salvador pelo PT para a legislatura 2005-2008. Na Câmara Municipal de Salvador, foi presidente da Comissão de Planejamento Urbano e Meio Ambiente (2005-2006) e membro titular das Comissões de Finanças, Orçamento e Fiscalização (2005-2006) e Direitos da Mulher (2005-2006). No exercício do mandato, empenhou-se na implantação do Orçamento Participativo. Em 2006, foi novamente candidata a deputada estadual, mas não se elegeu.
Maria del Carmen foi nomeada presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) durante o primeiro governo de Jacques Wagner (2007-2011), do PT, em virtude do que renunciou ao mandato de edil em janeiro de 2007. Dentre as principais realizações à frente do órgão estão a reforma do Estádio Metropolitano de Pituaçu e a elaboração do Projeto da Via Expressa Bahia de Todos os Santos. Representou, ainda, a Conder na comissão formada para a implantação do Programa Viver Melhor II, do governo Jacques Wagner, em 2007, quando trabalhou para ajustar o cronograma de execução do projeto ao plano de desenvolvimento estratégico do governo do Estado. Permaneceu no cargo até maio de 2009, quando se tornou consultora da Presidência da Caixa Econômica Federal (CEF), em Brasília.
Em 2010, Maria del Carmen disputou novamente uma vaga na ALBA pelo PT, elegendo-se para a legislatura 2011-2015, quando foi presidente da Comissão Especial de Desenvolvimento Urbano (2014-2015), vice-presidente da Comissão Especial da Copa de 2014 (2011-2014), coordenadora da Subcomissão Especial de Desenvolvimento Urbano (2011) e membro titular das Comissões de Direitos Humanos e Segurança Pública (2011), Direitos da Mulher (2011), Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico e Turismo (2011; 2013-2014), Extraordinária para Acompanhar a Privatização dos Cartórios (2012; 2014), Especial de Desenvolvimento Urbano (2013) e Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou o Tráfico de Pessoas (2013-2014) e da Subcomissão de Assuntos de Acolhimento e Tratamento de Dependentes Químicos (2011).
Reeleita em 2014 para mais um mandato de deputada estadual, em sua terceira passagem na ALBA (2015-2019) Maria del Carmen foi membro titular das Comissões de Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico e Turismo (2015-2016), Direitos da Mulher (2015-2016), Saúde e Saneamento (2015-2016), Extraordinária para Acompanhar a Privatização dos Cartórios (2015) e Especial de Desenvolvimento Regional (2015). Nas eleições municipais de 2016, concorreu a vice-prefeita de Salvador na chapa de Alice Portugal, do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), tendo sido derrotada em primeiro turno pelo prefeito Antônio Carlos Magalhães Neto (ACM Neto), do Partido Democratas (DEM).
Maria Del Carmen criou o site www.deputadamariadelcarmen.com.br para tornar pública sua trajetória e divulgar notícias vinculadas aos projetos políticos que desenvolve. Naturalizada brasileira, faz parte da Real Sociedade Espanhola de Beneficência e da Caballeros de Santiago.
Casou-se com o comerciante Tomas Puga Lopes, com quem teve quatro filhos: Maria Del Carmen, André Luís, José Carlos e Maria Cláudia.
Recebeu o Título de Cidadã de Salvador, concedido pela Câmara Municipal (1988), e os Prêmios de Mulher do Ano (1995) e Personalidade (1997), ambos conferidos pela revista Comércio, Indústria e Turismo.
FONTE: http://dbhb.fpc.ba.gov.br/2019/12/08/mariadelcarmen/