Laura Soares Sito Silveira chega à Assembleia Legislativa para exercer seu primeiro mandato de deputada como a primeira mulher negra eleita pela bancada do PT. A jornalista, servidora municipal e vereadora de Porto Alegre, de 31 anos, obteve 36.705 votos, conquistados especialmente na capital gaúcha.
Filha de mãe solo e criada com a ajuda dos avós, Laura Sito acredita que sua eleição está na contramão do conservadorismo que avança no país. "Vejo minha eleição como fruto de um processo histórico de um movimento antirracista, que tem se tornado central na democracia brasileira. A agenda ultraliberal tomou conta do país em 2018, e quem mais sentiu esses ataques foram pessoas pobres e majoritariamente pretas. Mulheres voltaram a sofrer com violência, feminicídios, por falta de políticas específicas. E as mulheres pretas sequer já tiveram essas políticas. É necessário mudar isso”, defende.
Ela iniciou a caminhada política no movimento estudantil, saindo do grêmio estudantil para a direção da União Brasileira de Secundaristas. Durante o segundo governo Lula, ingressou na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) por meio da política de cotas. “Sou prova viva de que políticas públicas transformam trajetórias”, ressalta.
Natural de Porto Alegre, a representante da Frente Parlamentar de Combate à Fome na América Latina e Caribe é uma das fundadoras de uma rede de 13 cozinhas comunitárias na capital gaúcha. Em seu mandato na Assembleia Legislativa, pretende dar seguimento à defesa dos direitos das mulheres, à luta pela segurança alimentar e ao combate ao racismo. Defenderá também a instituição de políticas de geração de renda, ações de fortalecimento de pequenos e médios empreendedores e os direitos dos servidores públicos.