A deputada federal Silvia Waiãpi (PL-AP), que teve o seu mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP) por supostamente usar verbas públicas de campanha para fazer harmonização facial, é uma das 12 mulheres que assinam o Projeto de Lei Antiaborto, que tramita na Câmara dos Deputados. Desde que a proposta começou a tramitar em regime de urgência, após ter o requerimento para a aceleração pautada pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), mais 25 deputados entraram como coautores do projeto, que equipara o aborto legal realizado com mais de 22 semanas de gestação ao crime de homicídio simples, mesmo em caso de estupro.
Entre os novos signatários, 18 são deputados do PL, sigla do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-SP), responsável por encabeçar o projeto – que, ao todo, conta com 36 parlamentares do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Vários deles são bolsonaristas já conhecidos por atuarem em pautas conservadoras de costumes, como Marcos Pollon (PL-MS), Gustavo Gayer (PL-GO), Delegado Caveira (PL-PA) e Zé Trovão (PL-SC).
Na contramão
A deputada federal Renilce Nicodemos (MDB-PA) foi a única que pediu para que a Mesa Diretora da Câmara retirasse o nome dela da lista de assinaturas. O pedido da parlamentar, que faz parte da bancada evangélica e da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi protocolado no último dia 17. Renilce alegou que assinou o projeto sem saber que a proposta poderia fazer com que mulheres que abortam fetos resultantes de estupro tenham uma pena maior do que quem cometeu a violência.
Com a urgência do projeto aprovada, o texto pode ser encaminhado diretamente ao plenário, sem tramitar pelas comissões permanentes da Câmara. Porém, o projeto ainda deve ter um relator designado por Lira, que prometeu ser uma mulher de centro e moderada para a avaliação da proposta.
Fonte: UOL (com adaptações)