Belém, cidade anfitriã da próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP-30) em novembro de 2025, enfrenta uma crise de acúmulo de lixo que desafia sua capacidade de gestão de resíduos e compromete sua imagem como líder ambiental. Denúncias enviadas ao Portal Ver-o-Fato por residentes do Distrito de Icoaraci revelam uma situação alarmante: vias públicas obstruídas por sacos de lixo não recolhidos, evidenciando falhas no sistema de coleta da prefeitura de Belém. A prefeitura de Belém informou que a normalização da coleta de lixo deve ocorrer em dois dias e que ela já começou a ser feita em Icoaraci e também em outros bairros de Belém.

Fotografias anexadas às reclamações ilustram o cenário desolador de montanhas de resíduos espalhadas por ruas, avenidas, margens de canais e áreas carentes, transformando a paisagem urbana e expondo a população a sérios riscos de saúde e impactos ambientais adversos. A problemática não se limita a Icoaraci, mas se estende por toda a cidade, afetando diretamente a qualidade de vida dos belenenses e a biodiversidade local.

Este cenário contraditório coloca em xeque o compromisso ambiental da cidade às vésperas de um evento global que visa discutir a preservação da Amazônia e as estratégias de combate às mudanças climáticas. Moradores indignados relatam a falta de ação efetiva por parte das autoridades municipais, que não conseguem dar vazão à demanda crescente por serviços de limpeza e manejo de resíduos.

 

 

O clamor por soluções urgentes

As manifestações dos cidadãos de Icoaraci, que incluíram o fechamento de várias ruas com os próprios sacos de lixo, sublinham a urgência de uma solução. Elas apelam por uma intervenção imediata da gestão municipal para reverter essa crise sanitária e ambiental, que ameaça não apenas o bem-estar da população, mas também a reputação de Belém como cidade-sede da COP-30.

A situação exige uma reflexão profunda sobre as políticas de sustentabilidade urbana e gestão de resíduos, bem como um plano de ação robusto que envolva não só a coleta e disposição adequada do lixo, mas também a conscientização e participação comunitária. À medida que a COP-30 se aproxima, Belém tem a oportunidade de se reinventar como um modelo de sustentabilidade e responsabilidade ambiental, mas para isso, é fundamental que as questões de gestão de resíduos sejam tratadas com a seriedade e urgência que merecem.

 

 

O que precisa ser feito

Para resolver a crise de acúmulo de lixo em Belém, especialmente diante da proximidade da COP-30 e do crescente descontentamento popular, a prefeitura precisa adotar medidas imediatas e estratégicas que envolvam não apenas a ampliação e a eficiência dos serviços de coleta, mas também a conscientização da população e a implementação de políticas sustentáveis de gestão de resíduos. Aqui estão algumas ações essenciais:

1. Ampliação da Capacidade de Coleta e Infraestrutura: Investir em mais veículos de coleta e em tecnologias que otimizem as rotas e a frequência da coleta de lixo em todos os bairros, garantindo que o serviço atenda à demanda de forma eficaz.
2. Modernização e Manutenção de Equipamentos: Adquirir equipamentos modernos e manter a frota existente em boas condições para evitar atrasos ou interrupções no serviço de coleta.
3. Campanhas de Conscientização: Lançar campanhas educativas para incentivar a população a reduzir a geração de resíduos, separar o lixo reciclável e compreender a importância da coleta seletiva para a sustentabilidade ambiental.
4. Expansão da Coleta Seletiva: Implementar e expandir programas de coleta seletiva, incluindo a instalação de pontos de coleta para materiais recicláveis em locais estratégicos, para facilitar o acesso da população e incentivar a reciclagem.
5. Parcerias com Empresas de Reciclagem: Estabelecer parcerias com empresas de reciclagem e cooperativas de catadores para garantir o correto processamento e reaproveitamento dos materiais coletados, gerando emprego e renda para a comunidade local.
6. Políticas de Redução de Resíduos: Desenvolver e implementar políticas públicas voltadas para a redução da geração de resíduos, incluindo incentivos para empresas que adotem práticas sustentáveis e restrições ao uso de materiais não recicláveis.
7. Melhoria da Infraestrutura de Limpeza Urbana: Investir na limpeza e manutenção de vias públicas, canais e áreas de acúmulo de lixo, prevenindo riscos à saúde pública e impactos negativos ao meio ambiente.
8. Fiscalização e Penalidades: Reforçar a fiscalização contra o descarte irregular de lixo e aplicar penalidades aos infratores, tanto individuais quanto comerciais, para desencorajar práticas prejudiciais.
9. Diálogo com a Comunidade: Promover o diálogo aberto com a comunidade para entender as necessidades específicas de cada bairro e envolver a população nas decisões e ações relacionadas à gestão de resíduos.
10. Planejamento e Resposta a Emergências: Estabelecer um plano de resposta a emergências para situações de acumulação crítica de lixo, garantindo uma ação rápida e efetiva para resolver problemas pontuais.

Ao adotar estas medidas, a prefeitura de Belém não só poderá resolver a crise atual de acúmulo de lixo, mas também demonstrará compromisso com a sustentabilidade e a qualidade de vida da população, reforçando sua imagem positiva às vésperas de um evento internacional importante como a COP-30.