Mesmo com a unanimidade dos integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (Bacen) no sentido de manter inalterada a taxa Selic, a presidenta do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), não poupou críticas à decisão; desta vez direcionadas a toda a diretoria e não somente ao presidente Roberto Campos Neto. Na rede social X, ela afirmou que não será fazendo o jogo do mercado e dos especuladores que a direção do Bacen vai conquistar credibilidade.
“Não há justificativa técnica, econômica e muito menos moral para manter a taxa básica de juros em 10,5%, quando nem as mais exageradas especulações colocam em risco a banda da meta de inflação. E não será fazendo o jogo do mercado e dos especuladores que a direção do BC vai conquistar credibilidade, nem hoje nem nunca”, escreveu a parlamentar.
Todos os diretores da autarquia federal votaram por manter a taxa Selic inalterada, inclusive os quatro nomes indicados pelo presidente Lula. Em transmissão ao vivo promovida quinzenalmente pelo PT para discutir o futuro do Brasil, Hoffmann disse que a decisão do Copom a fazia lembrar do escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues. Ela, porém, não explicou o que quis dizer.
Márcio Pochmann, presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), participou da live e, sem mencionar a manutenção da Selic, criticou a autonomia do Bacen. O presidente do Sebrae, Décio Lima, divulgou nota dizendo que não há qualquer explicação racional para o fato da taxa Selic estar em dois dígitos; segundo ele, esse é o motivo para que metade dos pequenos negócios não tomem empréstimos.
Fonte: Valor Econômico (com adaptações)