O presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros Márcio Macêdo, Fernando Haddad, Rui Costa, Alexandre Padilha e Paulo Pimenta em reunião no Palácio do Planalto, em Brasília. Os chamados ministros palacianos criaram dificuldades para o presidente Lula (PT) neste primeiro ano de governo. A cúpula ministerial foi o principal alvo de críticas e reclamações de aliados, centrão e oposição.
Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Paulo Pimenta (Secom) e Rui Costa (Casa Civil) têm a confiança do presidente, mas são, paradoxalmente, os maiores alvos do governo. Entre aliados há, inclusive, a preocupação de que a insistência neles possa prejudicar a governabilidade de Lula. A maior insatisfação acontece por parte do Congresso. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), chegou a reclamar publicamente da interlocução com o Planalto e fez Lula entrar em campo para a articulação.
Alguns admitem que os cargos palacianos são almejados e há quem pense em dar “puxão de tapete” nos titulares. Na defesa dos palacianos, o discurso é de que o governo conseguiu os resultados almejados, como a aprovação de reformas, e que o presidente Lula segue confiando no trabalho de seus ministros. No Congresso, a reclamação é que muitas vezes as promessas feitas e prazos estipulados pelo ministro acabam não se cumprindo, o que já gerou desentendimento com Guimarães.
Rui Costa é visto como um bom nome técnico, mas fechado demais, segundo aliados. Chamado até por Lula de Dilma de calças, em referência à ex-presidente, que também foi sua ministra-chefe da Casa Civil, dizem que Rui é um bom executor e, por isso, coube a ele tocar o Novo PAC. A reclamação sobre o ministro da Casa Civil é que ainda teria dificuldades para adequar-se a Brasília.
Entre os planos apontados por Pimenta está maior regionalização das iniciativas e investimento em redes sociais. Também há uma cobrança dentro do Planalto que seja repensado o formato da live “Conversa com o Presidente”, encabeçado por ele e pelo o fotógrafo Ricardo Stuckert, que, mais de seis meses depois, não tem atingido a repercussão almejada.
Dentro do Planalto, interlocutores lembram ainda que, como é comum em qualquer governo, mas também muito forte no PT: sempre há pressão para derrubar os principais ministros. Eles atribuem o famoso fogo amigo a picuinhas inclusive de aliados que gostariam de ganhar uma cadeira ministerial.
Fonte: UOL, com adaptações