Após a gestão Rogério Cruz (Solidariedade) não ter conseguido a liberação a toque de caixa do empréstimo de R$ 710 milhões junto ao Banco do Brasil para utilizar ainda em 2024, sua pajelança de gastos em ano eleitoral, o prefeito já está colocando a placa de “vende-se” em áreas públicas municipais, supostamente, para pagar precatórios de gestões passadas, apesar de que de 2021 até o presente momento, já concedeu 39 cessões, permissões de uso doações associações da sociedade civil, filantrópicas e esportivas. A matemática é clara: contrair uma nova dívida sem condições de pagar uma antiga é sinal patológico de um comportamento irresponsivo pro-superendividamento. Ainda mais em relação a uma gestão que tem tido dificuldades com o bé-a-bá da administração pública: limpeza, iluminação e mobiliário urbano, além de ser suspeita de diversos irregularidades na Comurg e Sema.
O dia 28 de dezembro era para ter sido mais um dia normal da câmara, em que a maioria dos vereadores de Goiânia retribuíram com votos favoráveis os cargos concedidos aos seus familiares pelo prefeito Rogério Cruz. Com a diferença que estariam prestes a aprovar um empréstimo de R$ 710.000.000,00 a fim de aplicar em projetos de infraestrutura. Felizmente, a oposição obteve uma liminar proferida pelo Juiz Nickerson Pires Ferreira, suspendendo a pauta, e uma recomendação do Ministério Público para que a Casa não seguisse com a votação.
A saga desse eterno vice-prefeito paraquedista começara em 2021 com a morte de Maguito por Covid antes de assumir. Em seguida, veio a debandanda do MDB por incompatibilidade de “gênios”, o que abriu espaço para o Republicanos colocar seus quadros de Brasília para mandar e desmandar na gestão, gerando um desplanejado aumento de imposto e uma impostora revisão do plano diretor. Tantas trapalhadas, contribuíram para desgastar a gestão ainda no seu primeiro ano.
Em 2023, prevendo dificuldades para se reeleger, Rogério apelou para diversas tentativas de reposicionamento de imagem, chegando a copiar nos “mutirões nos bairros”, o espírito participativo das políticas públicas sociais do governo de Iris Resende. Mas, como ele não conseguira convencer nem mesmo o seu marketeiro de que ele é um prefeito smart e das massas, resolveu apelar e mostrar que o mandatário é ele, e fazer dívidas no fim da reta do seu mandato na conta da prefeitura. Dessa forma, poderia criar uma sensação de onipresença da gestão com obras para tentar sua reeleição, pulverizando recursos em regiões estratégicas para sustentar apoios dos “caríssimos” vereadores, potencialmente, infiéis, pois defender o prefeito impopular tornou-se um passivo quase impagável eleitoralmente.
Após tratativas com Ministério Público, apesar de ter aprovado pela Câmara de Goiânia no dia 7 de março o pedido de socorro financeiro da Prefeitura de Goiânia, a expectativa do Paço de receber duas parcelas do empréstimo em 2024 foi frustrada. Por sorte da cidade e azar do prefeito superendividador, o processo de empréstimo ainda está na primeira fase de análise da Secretaria do Tesouro Nacional (STN).
A tentativa de desafetação, mediante venda, de áreas públicas da prefeitura aprovadas pelos vereadores na CCJ e em primeira votação nas férias de pescaria de julho, quando, na verdade, faltam espaços para construção de equipamentos de lazer, cultura, meio ambiente, saúde e educação, que, neste último caso, costuma alugar imóveis para esta destinação, é mais um fato desabonador da atual gestão, que de positivo deixa só os seguintes principais legados: Plano Diretor da Drenagem, de Mobilidade e o de Arborização Urbana, além investimentos em tecnologias smart cities (proposta de Maguito), como o sistema inteligente de localização de ônibus e pagamento de passagem, bem como, a troca de pontos de ônibus no último ano da gestão -, apesar de que as tão propaladas e famigeradas obras do BRT, que tanto tumultaram o centro ds cidade, poderão não ficar prontas em sua integridade até o final de 2024. Parcialmente condescendente, o MP manifestou-se somente pela retirada da lista de bens vendáveis das áreas públicas municipais (APMs), que teriam, originalmente, fins ambientais e urbanísticos, sem especificar essas áreas.
Dia 27 de agosto o Ministério da Fazenda liberou o famigerado empréstimo que serião os precatórios de amanhã das dívidas de ontem que vão gerar novas vendas de terrenos públicos depois de amanhã…
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