Com R$ 5 bi em obras para COP 30, Pará promete entregas nos primeiros meses de 2025

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O governador do Pará, Helder Barbalho, afirmou que o custo total das obras de infraestrutura que serão realizadas pela administração estadual na cidade de Belém será de R$ 5 bilhões e que as primeiras entregas devem ocorrer nos primeiros meses do próximo ano. A capital paraense vai receber a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas ( COP 30 ) em novembro de 2025.

 

 

“Agora, é execução. Todas as obras estão licitadas, em licitação ou iniciadas”, disse Helder Barbalho  no Palácio Lauro Sodré, sede do governo paraense.

Desse valor total, aproximadamente R$ 2,3 bilhões serão disponibilizados com financiamento do BNDES, R$ 1,3 bilhão repassado pelo governo federal com recursos da Itaipu Binacional e até R$ 1,4 bilhão dos cofres do governo estadual. Hoje, o orçamento da administração paraense é de aproximadamente R$ 49 bilhões.

O governador do estado afirmou que as principais reformas serão relacionadas ao saneamento básico — dados de 2021 do IBGE mostram que apenas 17,12% da população da cidade têm acesso aos serviços de esgoto –, mobilidade urbana e drenagem. Barbalho disse ainda que o evento deixará um legado na infraestrutura da capital.

“Não queremos vender que Belém não tem problemas por causa da COP. O que existe é uma mobilização para mitigar e diminuir os efeitos do que precisamos melhorar. O legado da realização da COP permitirá que Belém salte de patamar e incremente as qualidades da cidade como oportunidade”, disse.

Parque da cidade já tem 30% da obra concluída

Entre as principais obras na “carteira” do governo estadual, a construção do Parque da Cidade, local que vai receber os eventos principais da COP 30, já tem 30% das obras concluídas, de acordo com o governo. A expectativa é que a estrutura de 500 mil m² seja um dos maiores legados da COP para a cidade. Barbalho defende o projeto desde o primeiro ano de governo.

A previsão é que 60% do projeto seja entregue para a população antes do evento. Os outros 40% serão disponibilizados para as Nações Unidas montarem a sua estrutura.

A previsão é que, após a COP, uma segunda fase conclua a construção do trecho disponibilizado para a ONU e seja entregue para a cidade até 2027.

Principais obras para a COP em Belém

O governador paraense prometeu uma série de obras de macrodrenagem em mais de 15 canais da grande Belém, com possibilidade de beneficiar até 500 mil pessoas.

Serão ainda 10 quilômetros de novas áreas urbanizadas — com pavimentação de 600 ruas em Belém, drenagem pluvial, esgotamento sanitário, paisagismo, quadras de esporte, praças, playground e academia ao ar livre.

A construção de vias que ligam pontos turísticos importantes de Belém, como Porto Futuro II, Estação das Docas, Hangar e Ver-o-Rio, também será realizada.

Serão também 50 quilômetros de rede coletora de esgoto, 4,8 mil ligações de esgoto, pavimentação de vias de acesso à COP 30, implantação de vias marginais do Canal Água Cristal e equipamentos de controle de tráfego também serão executadas.

O BRT, previsto pelo governo estadual para ser entregue até dezembro de 2023, terá até 260 veículos. Os modelos serão movidos à diesel, que emite 15 vezes menos carbono que os modelos atuais, e ainda modelos elétricos, que além de não emitirem gases de efeito estufa, produzem baixo nível de ruído sonoro.

 

 

Além disso, Barbalho utilizou galpões cedidos pelo governo federal para recuperar e transformar em pólos turísticos. O chefe do executivo afirmou que a COP é uma grande oportunidade para que a cidade acrescente o ecoturismo em sua vocação econômica.

“Os equipamentos turísticos farão com que a cidade possa ter um upgrade de visibilidade, que é um business que Belém nunca teve. Nós nunca incluímos o turismo como a principal vocação do estado. Com a COP, nós temos a condição de que a referência do turismo ecológico seja Belém. E não podemos perder essa oportunidade. É um dos poucos lugares que se tem a capacidade da cidade associar espaços públicos e a atmosfera da floresta”, disse.

COP de Belém e da Amazônia

Barbalho foi firme ao confirmar que não existe qualquer possibilidade de a COP 30 mudar de estado. O governo do Rio foi apontado como uma alternativa em um possível evento fatiado. Na segunda-feira, o líder do Cidadania na Câmara dos Deputados, Alex Manente (SP), defendeu trocar Belém por Porto Alegre por causa do desastre no estado gaúcho em decorrência das fortes chuvas.

“O que houve na verdade foram especulações. Mas isso é um assunto superado. Absolutamente tranquilo. Não existe qualquer possibilidade de mudança no calendário da COP 30. A COP 30 será no Pará e será a COP da floresta”, disse. “Nós fizemos a escolha de fazer a COP na Amazônia para mostrar ao planeta que é chegado o tempo de discutir o meio ambiente no bioma amazônico para extrair um legado para a sociedade. Belém está se preparando para fazer a mais extraordinária COP”, acrescentou o governador.

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