Barroso Determina Uso Obrigatório de Câmeras Corporais pela PM em São Paulo

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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, determinou o uso obrigatório de câmeras corporais por policiais militares em operações no estado de São Paulo. A decisão atende a um pedido da Defensoria Pública de São Paulo e busca garantir a continuidade do modelo de gravação ininterrupta, essencial para proteger direitos fundamentais e evitar retrocessos.

Principais Determinações

Barroso emitiu as seguintes ordens ao estado de São Paulo:

  1. Uso obrigatório de câmeras corporais em operações policiais, com alocação baseada em análise de risco de letalidade policial.
  2. Recomposição do número mínimo de câmeras para 10.125 dispositivos em operação.
  3. Manutenção do modelo de gravação ininterrupta, até que seja comprovada a viabilidade técnica e a efetividade operacional de novos métodos de acionamento.
  4. Divulgação de informações sobre o Programa Muralha Paulista, incluindo batalhões equipados e dados estatísticos.
  5. Regulamentação de processos disciplinares por descumprimento do uso de câmeras, com publicação de dados relacionados.

Contexto e Compromissos Firmados

A decisão está relacionada à Suspensão de Liminar (SL) 1696, na qual o estado de São Paulo assumiu compromissos para implementar o uso de câmeras corporais.

Embora o governo tenha informado que as ações previstas no cronograma estão sendo implementadas de forma gradual, o STF apontou deficiências no cumprimento dos compromissos. Entre elas:

  • Redução do número de câmeras disponíveis.
  • Falta de comprovação técnica sobre o novo modelo de acionamento (manual ou automático).
  • Insuficiência na transparência sobre o programa e seus resultados.

Impactos da Decisão

A decisão reafirma a importância do uso de câmeras corporais como ferramenta essencial para:

  1. Redução da letalidade policial: Dados de 2024 apontam aumento significativo nos índices de letalidade.
  2. Proteção de direitos fundamentais: Incluindo o direito à vida e o controle de abusos de poder.
  3. Fortalecimento da transparência e responsabilização: As câmeras corporais registram ações policiais, servindo como prova em casos de conduta inadequada.

Reações e Próximos Passos

O governo de São Paulo deve cumprir as determinações dentro dos prazos estipulados, apresentando relatórios mensais sobre a execução da política pública. A continuidade da gravação ininterrupta é considerada indispensável até que novos dispositivos sejam comprovadamente eficazes.

Barroso ressaltou que “a violação ao dever estatal de proteção dos direitos fundamentais é inaceitável” e que o uso de câmeras corporais é uma medida que impacta diretamente na transparência e na confiança entre a sociedade e as forças de segurança.

 

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