As discussões sobre o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia enfrentam novos obstáculos e desafios, levando o presidente Lula a pedir uma definição na recente Cúpula do G20 em Nova Delhi.
Durante sua participação na Cúpula do G20, o presidente Lula fez um apelo direto à União Europeia sobre o destino do acordo de livre comércio com o Mercosul. Após 22 anos de discussões e negociações, a paciência parece estar se esgotando. O mandatário brasileiro deixou claro: “Nos próximos meses a gente tem que chegar num acordo: Ou sim, ou não”.
Histórico e Adendos
Embora os blocos tenham estabelecido as bases do acordo em 2019, a relação tomou um novo rumo quando a União Europeia adicionou um “side letter” este ano. Esse adendo estipula condições ambientais mais rigorosas para a ratificação, levantando preocupações sobre o desmatamento e possíveis sanções comerciais por desrespeito ao meio ambiente.
Diálogos no G20
Em encontros bilaterais durante a cúpula, Lula se reuniu com líderes europeus, incluindo Ursula von der Leyen e Emmanuel Macron. Em conversa com o presidente francês, Lula expressou seu desagrado com as novas exigências, chamando-as de “ofensivas”. Macron, por sua vez, levantou dúvidas sobre a viabilidade política do acordo na França.
Perspectivas e Resistências
Apesar dos desafios, Lula permanece otimista sobre a aprovação do acordo. Ele acredita que a chave para avançar está em discussões políticas diretas entre líderes, em vez de intermediários. Contudo, pontos de resistência persistem, especialmente em relação às compras governamentais. O governo brasileiro defende uma proteção maior para empresas nacionais, recusando-se a abrir esse mercado totalmente para companhias estrangeiras.
O destino do acordo Mercosul-União Europeia permanece incerto. Ambos os lados têm preocupações legítimas, seja sobre a proteção do meio ambiente ou sobre os interesses industriais nacionais. A determinação de Lula de abordar o problema pessoalmente pode ser um passo na direção certa, mas resta ver se essas conversas diretas podem superar décadas de impasses.