Os advogados de Jair Bolsonaro (PL) informaram ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que o ex-presidente vai viajar na quinta-feira (7) para Buenos Aires, na Argentina, onde participará da cerimônia de posse de Javier Milei, no próximo domingo (10). Ele deve voltar ao Brasil na segunda-feira (11).
aviso a Moraes ocorreu em função das investigações nas quais o ex-presidente é alvo. Em maio, quando determinou uma ação de busca e apreensão na casa de Bolsonaro no âmbito de investigações sobre fraude de cartões de vacinação da Covid-19, Alexandre de Moraes ordenou a retenção de seu passaporte.
Os agentes, no entanto, não levaram o documento. Por mais que a visita ao país vizinho não necessite de passaporte, sendo necessário apenas RG, a defesa do ex-presidente optou por protocolar uma petição na Corte, nesta terça-feira, no âmbito do inquérito das milícias digitais. Entre os sete advogados que assinam o documento, está Fábio Wajngarten.
“Em atenção às investigações em curso e com profundo respeito a este Juízo, o peticionário vem aos autos informar que estará temporariamente ausente do país no período compreendido entre os dias 07 e 11 de dezembro. A ausência se dará em razão de viagem a Buenos Aires, onde participará da cerimônia de posse de Javier Milei na Presidência da Argentina, a convite do próprio presidente eleito”, diz o documento.
Também na petição, a defesa de Bolsonaro informou ao ministro do STF que ele viajará acompanhado do coronel Marcelo Costa Câmara, e caso seja necessário, o ex-presidente está à disposição “para atender a qualquer convocação ou diligência judicial, se necessárias, antes ou após o mencionado período de ausência”. “Comprometido com a Justiça e suas obrigações legais, anexa a esta petição as passagens aéreas de ida e volta, bem como o itinerário com os detalhes da viagem”, completa.
Nesta terça-feira, o governo federal informou que o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, é quem vai representar o governo brasileiro na posse de Milei. Na avaliação de fontes do Palácio do Planalto, a agenda internacional a Buenos Aires ficou inviável após o argentino ter convidado o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL) para a posse.
Além disso, o político argentino proferiu duros ataques a Lula ainda na corrida eleitoral. Mas, oficialmente, o governo federal trata o assunto como incompatibilidade de agendas, uma vez que o petista estaria muito cansado após uma série de viagens internacionais.
Assim que ganhou as eleições na Argentina, Javier Milei baixou o tom de críticas ao Brasil, que é o maior parceiro comercial do país na América do Sul. Na sequência, diplomatas argentinos fizeram uma romaria em Brasília para evitar a destruição de pontes na relação bilateral. Em uma dessas agendas, Mauro Vieira recebeu a carta com convite oficial de Milei endereçada ao presidente Lula.