Segue para a Câmara o trâmite fim da desoneração da folha de pagamento

O senador Jaques Wagner foi o relator da matéria na Casa Alta; saiba mais

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O Plenário do Senado aprovou nesta terça-feira, dia 20, o substitutivo do senador Jaques Wagner (PT-BA) ao projeto que trata do regime de transição para o fim da desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia. O PL 1.847/2024, do senador licenciado Efraim Filho (União-PB), atende a acordo firmado entre o Poder Executivo e o Congresso Nacional sobre a Lei 14.784, de 2023, que prorrogou a desoneração até o final de 2027.

Conforme o projeto, a reoneração gradual da folha de pagamento terá duração de três anos (2025 a 2027). O gradualismo da transição proposto por Efraim é uma tentativa de reduzir o impacto tanto no mercado de trabalho quanto na arrecadação de tributos. O projeto mantém a desoneração integral em 2024 e estabelece a retomada gradual da tributação a partir de 2025, com alíquota de 5% sobre a folha de pagamento.

 

Senador Jaques Wagner (PT-BA) | Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Senador Jaques Wagner (PT-BA) | Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

 

O projeto também reduz, gradualmente, durante o período de transição, o adicional de 1% sobre a Cofins-Importação instituído em função da desoneração da folha de pagamento. Ele será reduzido para 0,8% em 2025 e para 0,6% no ano seguinte. Já em 2027, ele será de 0,4%. Para Jaques, relator da matéria, o projeto é importante para o equilíbrio fiscal do país.

Um acordo

A questão da reoneração da folha de pagamento chegou a ser judicializada pelo governo. O Supremo Tribunal Federal (STF) deu prazo até 11 de setembro para que o Congresso Nacional e o Executivo buscassem um acordo sobre a desoneração. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, acompanhou a votação da matéria no Plenário da Casa.

Oposição

Dois senadores manifestaram voto contrário à matéria. O senador Magno Malta (PL-ES) fez várias críticas ao governo e defendeu o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Paulo Guedes. Ele declarou que durante a pandemia ninguém passou fome. Na mesma linha, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) criticou o governo por ter recorrido ao STF.

 

O senador Magno Malta (PL-ES) se manifestou contra a matéria | Foto: Reprodução
O senador Magno Malta (PL-ES) se manifestou contra a matéria | Foto: Reprodução

 

Na justificativa do projeto, Efraim Filho afirma que o diálogo entre os Poderes permitiu alcançar um denominador comum que confere previsibilidade e segurança ao setor privado neste ano de 2024 e, ao mesmo tempo, ajusta a transição de acordo com as expectativas financeiro-orçamentárias do Poder Executivo. O relator argumentou que seu substitutivo já traz uma solução dialogada para a desoneração da folha dos municípios.

 

Fonte: Agência Senado (com adaptações)

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