Polícia Federal vê indícios de rachadinha e pede quebra de sigilo de Janones

A PF solicitou ao STF autorização para a quebra do sigilo fiscal e bancário do deputado André Janones; confira.

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Além de André Janones (Avante-MG), a quebra de sigilos poderá alcançar outros seis assessores do deputado. De acordo com a PF, a medida é uma etapa essencial para o esclarecimento do caso. “Somente por meio dessa análise minuciosa será possível chegar a uma conclusão definitiva sobre a natureza e o alcance das ações do parlamentar e de seus assessores“, afirmou o delegado Roberto Santos Costa. Em investigações dessa natureza, em especial quando envolve a prática da rachadinha, em que normalmente são realizados saques e depósitos em espécie, conhecer o fluxo financeiro dos envolvidos é fundamental.

Entenda

O pedido foi encaminhado ao ministro Luiz Fux, relator do inquérito no Supremo. A investigação foi aberta em dezembro e se baseia em áudio divulgado em que Janones supostamente pede a assessores o repasse de parte dos seus salários. Para investigar adequadamente esse tipo de conduta, deve-se rastrear o fluxo financeiro e analisar o patrimônio dos suspeitos.

Sede da Polícia Federal, em Brasília | Foto: Reprodução
Sede da Polícia Federal, em Brasília | Foto: Reprodução

A quebra de sigilo fiscal também contribuiria para avaliar a evolução patrimonial do parlamentar. “A análise permitirá verificar se, porventura, a sua variação patrimonial é divergente dos rendimentos legítimos, indicando o recebimento de valores não declarados e/ou a existência de patrimônio a descoberto“, afirma. A prática de depósitos fracionados, embora por si só não seja algo ilegal, é considerado por investigadores como um indício da prática de rachadinha. O fracionamento pode contribuir para ocultar a origem do dinheiro.

Janones se defende

Em nota divulgada nas redes sociais, o parlamentar afirmou que o pedido de quebra de sigilo bancário e fiscal causa estranheza. “Mais estranho ainda é apontado como suspeito um depósito feito quando nenhum dos assessores investigados trabalhava mais em meu gabinete. Como eles devolvem salário três anos após serem exonerados?”, perguntou. O deputado disse que segue absolutamente confiante de que será absolvido. “Eu não devo, quem deve são os Bolsonaros, que recorreram até a última instância para não terem seus sigilos quebrados, e até hoje não justificaram como conseguiram comprar 70 imóveis em dinheiro vivo.” Completou o congressista.

 

 

Fonte: UOL, com adaptações

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