Publicada ontem no Diário Oficial da União, a sua nomeação à Secretaria de Saneamento foi assinada pelo ministro da Casa Civil Rui Costa.

A nomeação de Picciani ao cargo do Ministério das Cidades, assinada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, saiu no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, dia 8. A Pasta, que vai abrigar o ex-deputado federal, é comandada por outro emedebista, Jader Barbalho Filho. Picciani integrou a ala do partido que, desde o primeiro turno, defendeu que o partido apoiasse a candidatura de Lula na eleição presidencial do ano passado. O ex-deputado participou duma reunião com lideranças emedebistas e o petista em São Paulo, em julho de 2022.

Um dos pontos já definidos é um prazo adicional para que municípios façam a sua adesão aos blocos regionais e não percam acesso ao financiamento público. O governo Lula discute, no entanto, uma série de ajustes no marco do saneamento. As discussões estão sendo conduzidas pela Casa Civil com concessionárias privadas e empresas estatais de água e esgoto.

Em 2017, o marqueteiro Renato Pereira disse em delação premiada que o então ministro do Esporte, Leonardo Picciani, direcionou uma licitação de publicidade da Pasta para a sua agência, a Prole Propaganda, em 2016. Em depoimento prestado à Procuradoria-Geral da República (PGR), Pereira contou ter viajado para Brasília para tratar pessoalmente do acerto com o emedebista. A concorrência para a conta do Esporte foi aberta na gestão de Picciani. A Prole, de fato, foi classificada entre as duas vencedoras do processo para dividir uma conta de R$ 55 milhões.

QUEM?

O ex-deputado federal e ex-ministro dos Esportes de Michel Temer (MDB), Leonardo Picciani (MDB), filho do ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Jorge Picciani (MDB), morto em 2022, é o novo secretário de Saneamento do Ministério das Cidades do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Picciani, que é presidente do diretório estadual do MDB, tentou eleger-se no ano passado para a Câmara dos Deputados e obteve 38 665 votos, o que não foi suficiente.

Líder do MDB na Câmara quando foi votada a abertura do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, Leonardo Picciani orientou a bancada do partido pela aprovação. Depois, foi escolhido ministro do Esporte de Michel Temer, sucessor de Dilma.

Se o ministro das Cidades é o “prefeito”, o que faz o secretário?

Não bastasse os municípios, embora com prefeitos e vereadores, claro, a União também os têm. É o presidente, com os fiscalizadores deputados. Não! Este já acumula função de mais: chefia de Estado (como se fôssemos uma Monarquia) para representar o Brasil lá fora e a chefia de governo, óbvio, o marketing político é tudo. Por isso, os problemas internos são de responsabilidade do ministro das Cidades, ele é o “prefeito”.

O marco legal do saneamento básico, sancionado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, prevê a universalização dos serviços de abastecimento de água e tratamento de esgoto até 2033. Dessarte, ainda será de muita responsabilidade do ministro cuidar das cidades como um prefeito. E o secretário? Ora, este não atenderá apenas o telefone e fazer agendamentos, Lula deu uma missão a ele… Ops, Bolsonaro.

 Por Harrison S. Silva, colunista do Portal Política