Bolsonaro quer se descolar de Heleno

O ex-presidente nega participação no monitoramento de campanha pela Abin e atribui ao ex-ministro do GSI decisões sobre inteligência; confira.

Foto: Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro negou ter qualquer participação no suposto monitoramento de campanha pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e atribuiu ao general Augusto Heleno decisões referentes ao trabalho de inteligência. Em entrevista à TV Record, Bolsonaro foi questionado sobre a reunião de 5 julho de 2022, quando o então ministro do Gabinete de Segurança Institucional falou em virar a mesa antes das eleições e infiltrar agentes Abin nas campanhas.

 

 

  • Jair Bolsonaro

Em dado momento [da reunião] Heleno falou que ia se inteirar dos dois lados. É o trabalho da inteligência dele, que eu não tinha participação nenhuma. As inteligências, eu raramente usava, das Forças Armadas, da própria Abin, da PF”, disse o ex-presidente na entrevista, realizada na sexta-feira, dia 9. “Vi que ele ia estender o assunto e eu tive que cortar. Não é o caso de ficar dando detalhes aqui. Vai fazer uma operação, faça. A Abin tem esse poder de fazer operações e preservar as pessoas até”, acrescentou o ex-chefe do Executivo.

  • Augusto Heleno

Não vai ter revisão do VAR. Então, o que tiver que ser feito tem que ser feito antes das eleições. Se tiver que dar soco na mesa é antes das eleições. Se tiver que virar a mesa é antes das eleições”, afirmou Heleno. “Eu acho que as coisas têm que ser feitas antes das eleições. E vai chegar a um ponto que nós não vamos poder mais falar. Nós vamos ter que agir. Agir contra determinadas instituições e contra determinadas pessoas. Isso pra mim é muito claro”, acrescentou o general.

 

 

Para a Polícia Federal, as falas revelam o arranjo de dinâmica golpista, no âmbito da alta cúpula do governo, manifestando-se todos os investigados que dela tomaram parte no sentido de validar e amplificar a massiva desinformação e as narrativas fraudulentas sobre as eleições e a Justiça eleitoral. Além do general Augusto Heleno, o ex-presidente Jair Bolsonaro, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e os ex-ministros Anderson Torres e Walter Braga Netto também foram alvos da operação.

 

Fonte: O Antagonista, com adaptações

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