Proposta que veda Marco Temporal para demarcar terra indígena é aprovado em comissão da Câmara

O projeto já fora aprovado no ano passado, mas a votação foi anulada porque não houve prazo para emendas; entenda.

Foto: Evilene Paixão / Hutukara

A Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 4566/23, que proíbe expressamente qualquer medida administrativa, legislativa ou judicial que fixe marco temporal para demarcar terras indígenas. A proposta, de autoria da deputada Célia Xakriabá (Psol-MG), também cria o Marco Temporal do Genocídio Indígena, que começa com a colonização do Brasil, em 1500.

 

Deputada federal Célia Xakriabá (Psol-MG) | Foto: Reprodução
Deputada federal Célia Xakriabá (Psol-MG) | Foto: Reprodução

 

Favorável ao texto, o relator, deputado Chico Alencar (Psol-RJ), disse que a aprovação não é um revanchismo em relação à decisão do Congresso. O PL 4566/23 já havia sido aprovado pela mesma comissão no ano passado, mas a votação foi anulada pela Presidência do colegiado por problemas no sistema de deliberação,

“O projeto de lei, em linha com a interpretação constitucional adotada, busca trazer maior segurança jurídica ao direito originário à terra dos povos indígenas, expressamente previsto no artigo 231 da Constituição”, disse.

Ilação

O artigo constitucionalizou o conceito de terra indígena e elencou os direitos dos indígenas sobre ela. Nessa linha, a proposta aprovada define as terras tradicionalmente ocupadas pelos povos indígenas como aquelas consideradas necessárias à sua reprodução física e cultural, segundo os seus usos, costumes e tradições. Para tanto, O PL 4566/23 vai ser analisado agora, em caráter conclusivo, pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar lei, o texto também precisa ser aprovado pelo Senado.

 

Fonte: Agência Câmara (com adaptações)

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