A deputada federal Sâmia Bomfim (Psol-SP) se emocionou nesta quarta-feira, dia 10, ao pronunciar-se na sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que analisa pedido de prisão do também parlamentar Chiquinho Brazão (União-RJ), acusado de ser o mandante do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco. Na sua fala, a parlamentar cobrou os presentes pela punição de Brazão.
De acordo com Sâmia, a execução de Marielle Franco em 2018 exemplifica a atuação das milícias na cidade e no estado do Rio de Janeiro. No ano passado, o seu irmão, Diego Ralf Bomfim, foi confundido por integrantes desses grupos paramilitares e assassinado em um quiosque na Barra da Tijuca, zona oeste da capital, enquanto tomava uma cerveja em um quiosque.
“É preciso acabar com a milícia porque matou a Marielle, mas não somente ela. Muitas famílias choram todos os dias pela atuação das milícias”, afirmou a deputada.
No início da sua declaração, Sâmia Bomfim afirmou que o bolsonarismo usa dum argumento jurídico para justificar uma posição política. Segundo parlamentares da oposição, a manutenção da prisão iria contra a Constituição Federal, que prevê detenção em flagrantes de crimes inafiançáveis. Após a fala de Sâmia Bomfim, a sua colega de bancada, a deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) citou nominalmente o caso do irmão de Sâmia.
“As milícias matam todos os dias, matam crianças, matam jovens. Aqui nossa colega Sâmia Bomfim teve um irmão assassinado, também por conta dessas quadrilhas.” Disse Melchionna.
Ilação
Agora é esperar e considerar o que prevê a Constituição. Não há malabarismo jurídico que justifique a soltura de Chiquinho Brazão, o que há é um argumento político [parafraseando as parlamentares].
Fonte: O Globo (com adaptações)