Governo Lula anuncia suspensão de novos leilões para importação de arroz

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Nesta quarta-feira (3 de julho de 2024), o Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, anunciou que o governo Lula não pretende realizar novos leilões para a importação de arroz por enquanto. A declaração foi feita durante uma entrevista à Globonews, quase um mês após a revista Crusoé revelar que o pequeno supermercado “Queijo Minas” seria responsável por entregar 147,3 mil toneladas do grão, em uma transação superior a 736 milhões de reais.

Cancelamento do Leilão Anterior

No mês passado, o governo federal cancelou um leilão para a importação de 263 mil toneladas de arroz devido a suspeitas de incapacidade técnica e financeira de algumas empresas vencedoras.

“Tivemos problemas, é fato, e cancelamos esses leilões. No entanto, o mais importante é que, com a sinalização do governo de comprar arroz importado para abastecer o mercado brasileiro, além da normalização das estradas, os preços do arroz já caíram, retornando aos níveis normais”, explicou Fávaro.

Preços do Arroz

Atualmente, os preços do arroz em diversas regiões do país variam entre R$ 19 e R$ 25 por pacote de cinco quilos, valores considerados dentro da normalidade pelo ministro.

“Me parece mais sensato, neste momento, monitorar o mercado. Não havendo especulação, na minha avaliação, não se faz necessário novos leilões”, afirmou Fávaro.

Reunião com Produtores e Indústria

O ministro também mencionou que o governo possui um edital pronto e que haverá uma reunião com a Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e representantes da indústria ainda nesta quarta-feira.

“Vamos buscar alguns compromissos com eles, incluindo a estabilidade de preço, logística e frete. Eles mesmos podem nos informar, se necessário, sobre uma eventual intervenção do governo. Por enquanto, é mais prudente, dado que os preços caíram, que tomemos outras medidas para estimular a produção. Não vejo a necessidade de novos leilões de importação”, completou.

Contexto e Suspeitas de Irregularidades

Em 21 de junho, o presidente Lula afirmou que a anulação do leilão do arroz ocorreu devido a uma “falcatrua numa empresa”. O leilão de 6 de junho permitiu que um pequeno supermercado de Macapá fosse responsável por negociar mais da metade do valor. A empresa Wisley A. de Sousa LTDA, conhecida como “Queijo Minas”, ficou encarregada de entregar 147,3 mil toneladas do grão.

A Conab afirmou que no modelo atual de leilão, a estatal só fica sabendo quem são as empresas vencedoras após os resultados da operação, intermediada pelas bolsas de cereais.

Medidas Futuras

O governo indicou que continuará monitorando o mercado de arroz e tomará medidas para garantir o abastecimento sem necessidade de novos leilões. A estratégia de uso da Conab no governo do PT, intervindo no mercado com o aumento da oferta de arroz, foi defendida por Edegar Pretto, o atual presidente da Conab.

O governo Lula suspendeu os novos leilões de importação de arroz após suspeitas de irregularidades no leilão anterior. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, destacou que os preços do arroz voltaram aos níveis normais e que novas intervenções não são necessárias no momento. A prioridade agora é monitorar o mercado e trabalhar em colaboração com produtores e representantes da indústria para garantir a estabilidade do abastecimento e dos preços.

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