Projeto contra fraudes bancárias divide opiniões em comissão do Senado

Em audiência pública na Comissão de Comunicação e Direito Digital (CCDD), participantes apresentaram sugestões para aprimorar o PLP 77/2023; entenda.

Foto: Reprodução

Na era digital, já não é preciso sair de casa para abrir uma conta bancária. Em muitos casos, basta selecionar a instituição financeira, enviar fotos dos documentos e esperar pela aprovação. Ao mesmo tempo, vazamentos de dados estão cada vez mais frequentes e golpistas se aproveitam para criar contas falsas e pedir empréstimos em nome de outras pessoas.

A proposta, do senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), cria o Cadastro Digital Certificado e estabelece normas para identificação de correntistas ativos e passivos de contas de depósitos abertas por meio eletrônico. Pelo projeto, os usuários dos serviços bancários devem comprovar a identidade através de certificados a cada dois anos.

 

Senador da República Hamilton Mourão (Republicanos-RS) | Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Senador da República Hamilton Mourão (Republicanos-RS) | Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

 

“Esta medida é de suma importância para a modernização e a segurança do nosso sistema financeiro. Vivemos em uma era de intensa digitalização, que traz vantagens como a conveniência e a acessibilidade aos cidadãos, contudo também impõe desafios quanto à segurança e à autenticidade das operações financeiras. Ao criar um cadastro digital certificado, propõe-se um mecanismo robusto para garantir que a identificação dos correntistas seja feita de forma legítima, minimizando riscos de fraude.” Disse o senador.

Vejamos

De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), cerca de R$ 4 bilhões são investidos anualmente no combate a fraudes no sistema bancário. O diretor de Inovação da Febraban, Ivo Mósca, informou que as instituições financeiras trabalham em conjunto para enfrentar o problema. Ele avaliou que o projeto pode ajudar nessa luta, mas ponderou que não deveria criar regras demasiado rígidas.

Já o representante do Instituto de Defesa dos Consumidores (Idec), Luã Cruz, reforçou que os vazamentos de dados estão cada vez mais frequentes e que o projeto exige uma coleta excessiva de informações que podem acabar prejudicando o cidadão. A proposta lista uma série de dados que devem ser preenchidos pelo correntista no Cadastro Digital.  A audiência pública atendeu a requerimentos de Mourão e do senador Esperidião Amin (PP-SC), que é relator do texto na comissão.

 

Fonte: Agência Senado (com adaptações)

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