O presidente do Progressistas (PP), senador Ciro Nogueira, confirmou nesta segunda-feira (31.mar.2025) que a sigla está pronta para oficializar a federação com o União Brasil. Segundo ele, o PP já concordou com os termos propostos, e a formalização do acordo depende agora apenas da decisão final do União.
Caso a união seja confirmada, os dois partidos passarão a atuar de forma coordenada por ao menos quatro anos, como determina a legislação eleitoral. Diferentemente da fusão ou incorporação, a federação permite que as siglas mantenham seus nomes e estruturas próprias, mas exige fidelidade nas votações e decisões políticas durante o período.
Superfederação: maioria na Câmara
Se concretizada, a federação entre PP e União Brasil formaria a maior bancada da Câmara dos Deputados, com 108 parlamentares, superando o PL, que possui 92, e a federação PT-PCdoB-PV, com 80 cadeiras. No Senado, seriam 13 senadores.
Essa configuração ampliaria o poder de barganha da federação em temas estratégicos como a distribuição de relatorias, presidências de comissões e influência sobre a pauta legislativa da Casa.
Resistências internas
Apesar da expectativa positiva entre líderes do PP, o acordo ainda enfrenta resistências dentro do União Brasil, especialmente entre lideranças regionais e parlamentares. Um dos principais críticos é o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que deve lançar sua pré-candidatura à Presidência da República nos próximos dias e vê com cautela a amarra federativa com o PP, por possíveis impactos nas alianças estaduais e no projeto nacional da sigla.
Próximos passos
A definição final do acordo deve ocorrer ainda em abril. Se houver consenso interno no União Brasil, o anúncio da federação poderá ser oficializado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas próximas semanas, a tempo de influenciar as negociações para as eleições municipais de 2024 e a montagem das chapas para 2026.
A formação da federação entre duas das maiores siglas de centro-direita pode redesenhar o cenário político do país, sobretudo em um contexto de fragmentação partidária e disputa por protagonismo no pós-Bolsonaro.
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