A escolha de Gleisi Hoffmann como ministra da Secretaria de Relações Institucionais do governo Lula pegou de surpresa integrantes do Centrão e até mesmo algumas alas do PT. Nos bastidores, políticos e ministros tentam entender a estratégia por trás da nomeação de Gleisi, com muitos vendo essa decisão como uma jogada política voltada para as eleições de 2026.
Mirando as eleições de 2026
A principal aposta é que Lula escolheu Gleisi para coordenar a articulação política com o objetivo de preparar sua chapa para as eleições presidenciais de 2026. Assim como fez nas negociações para formar as alianças de 2022, a expectativa é que ela tenha um papel central na construção de um arco de alianças em torno da reeleição de Lula.
O risco de nomear alguém do Centrão
Para muitos membros do governo, a escolha de Gleisi se justifica pelo fato de que nomear alguém do Centrão para o cargo poderia trazer mais riscos políticos. Isso porque, ao escolher uma liderança petista experiente e com boa relação interna no PT, Lula garantiria um maior comprometimento com a sua candidatura à reeleição, algo que nem sempre seria certo com figuras do Centrão, que possuem interesses próprios e podem não se comprometer totalmente com a reeleição de Lula.
A avaliação dos aliados e críticos
A escolha de Gleisi tem gerado divisões. Para aliados do governo, como um influente ministro, a nomeação é vista com bons olhos devido à experiência de Gleisi nas negociações e sua habilidade de articular com diferentes blocos. “Ela conduziu as alianças para as eleições de 2022”, destacou o ministro, enfatizando sua capacidade de negociar com diversos setores da política nacional.
No entanto, nem todos dentro do PT veem com bons olhos essa escolha. Uma figura proeminente do partido descreveu a nomeação como uma “loucura total”, demonstrando que há certo desconforto com a decisão de Lula.
Mudanças na articulação política
Gleisi substituirá o também petista Alexandre Padilha, que foi realocado para o comando do Ministério da Saúde. Essa mudança faz parte de uma estratégia mais ampla do governo para fortalecer a articulação política, especialmente com vistas ao futuro político do presidente e à preparação para as eleições de 2026.
Em resumo, Lula parece ter escolhido Gleisi Hoffmann para comandar a articulação política devido à sua experiência e confiança dentro do PT, com o objetivo de fortalecer as alianças necessárias para sua reeleição em 2026, apesar das divergências internas sobre a nomeação.