PF Prende 15 Investigados por Desvio Milionário de Recursos Públicos em Operação Nacional

Foto: Reprodução

A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (10/12), a Operação Overclean, que investiga uma organização criminosa responsável por desviar cerca de R$ 1,4 bilhão em recursos públicos, incluindo R$ 825 milhões em contratos firmados com órgãos públicos em 2024. A operação, conduzida em parceria com a Receita Federal, Ministério Público Federal (MPF), Controladoria-Geral da União (CGU) e a Homeland Security Investigations (HSI) dos Estados Unidos, resultou na prisão de 15 pessoas em cinco estados: Bahia, São Paulo, Goiás, Tocantins e Minas Gerais.

Modus Operandi do Esquema

As investigações apontaram que a organização criminosa utilizava um esquema estruturado para desviar recursos provenientes de emendas parlamentares e convênios. Os desvios eram realizados por meio de contratos superfaturados e pagamentos de propinas.

Como atuavam:

  1. Cooptação de servidores públicos: Operadores regionais e centrais facilitavam o direcionamento e execução de contratos fraudulentos.
  2. Superfaturamento: Empresas envolvidas aplicavam preços acima do mercado para justificar os desvios.
  3. Lavagem de dinheiro sofisticada: Incluía o uso de empresas de fachada controladas por “laranjas” e movimentações financeiras incompatíveis.

Ações Realizadas e Bens Apreendidos

  • 17 mandados de prisão preventiva (2 foragidos) e 43 mandados de busca e apreensão.
  • Sequestro de bens: Incluindo três aeronaves, imóveis de alto padrão, três barcos e dezenas de veículos de luxo.
  • Dinheiro apreendido: R$ 162,3 milhões, além de valores em espécie em diversos locais.

Entre os presos estão:

  • Francisco Nascimento: Vereador que tentou se livrar de R$ 220 mil jogando uma sacola de dinheiro pela janela.
  • José Marcos Moura (“Rei do Lixo”): Empresário com contratos suspeitos.
  • Lucas Maciel Lobão Vieira: Ex-coordenador do DNOCS na Bahia.
  • Flávio Henrique de Lacerda Pimenta: Servidor da Secretaria de Educação de Salvador.
  • Alex Rezende Parente e Fábio Rezende Parente: Irmãos e empresários envolvidos no esquema.

Impacto e Investigações

A Receita Federal identificou inconsistências fiscais, movimentações financeiras incompatíveis e omissão de receitas nos relatórios elaborados. O desvio afetava diretamente recursos destinados a obras e projetos essenciais em municípios.

Crimes apurados:

  • Corrupção ativa e passiva (penas de 2 a 12 anos).
  • Peculato, fraude em licitações e lavagem de dinheiro.
  • As penas somadas podem ultrapassar 50 anos de reclusão.

 

Próximos Passos

As autoridades continuarão as investigações para identificar outros envolvidos e ampliar o rastreamento de recursos desviados. Os bens apreendidos serão avaliados e podem ser usados para ressarcir os cofres públicos.

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