A frase “Lula seria reeleito se a eleição fosse hoje” tem perdido força nas últimas pesquisas. Dados divulgados nesta quinta-feira (3) pela Genial/Quaest revelam que, embora o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda apareça à frente de seus adversários em simulações de segundo turno, sua vantagem tem diminuído de forma consistente.
Além disso, a rejeição à sua eventual candidatura à reeleição aumentou: 62% dos entrevistados disseram que Lula não deveria tentar um novo mandato, contra 52% em dezembro do ano passado.
Vantagem em queda nos cenários de 2º turno
O levantamento indica uma redução nas distâncias entre Lula e os principais nomes da oposição, mesmo entre aqueles ainda pouco conhecidos pelo eleitorado:
- Contra Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), a vantagem caiu de 9 para 6 pontos percentuais;
- Contra Romeu Zema (Novo-MG), caiu de 17 para 12 pontos;
- Contra Ronaldo Caiado (União-GO), a diferença passou de 19 para 14 pontos.
Apesar das vantagens numéricas, a tendência indica um desgaste acelerado do capital político do presidente.
Governadores ainda são desconhecidos, mas crescem
Segundo a pesquisa, grande parte do eleitorado ainda não conhece bem os governadores cotados para disputar a Presidência:
- Tarcísio: desconhecido por 42%;
- Ratinho Jr. (Paraná): por 51%;
- Zema: por 61%;
- Caiado: por 63%.
Mesmo assim, o diretor da Quaest, Felipe Nunes, destacou que o “piso” de votos de qualquer candidato da oposição contra Lula gira em torno de 30%, o que sugere um potencial de crescimento relevante para esses nomes conforme se tornem mais conhecidos.
Oposição ainda não converte rejeição ao governo em votos
A pesquisa mostra ainda que, apesar da insatisfação com o governo, a oposição ainda não conseguiu transformar desaprovação em intenção de voto efetiva. Entre 14% e 18% dos eleitores que desaprovam o governo continuam preferindo Lula em um segundo turno, enquanto entre 17% e 32% afirmam que não votariam em nenhum dos candidatos simulados.
Para Nunes, isso revela uma alienação eleitoral e a falta de uma alternativa de oposição suficientemente consolidada até o momento.
Bolsonaro ainda influencia o cenário, mesmo inelegível
Embora esteja inelegível até 2030, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mantém forte presença política e segue se apresentando como liderança da direita. Ele foi tornado réu pelo STF por tentativa de golpe de Estado, mas seus aliados ainda alimentam a possibilidade de uma reversão da inelegibilidade até 2026.
Levantamento recente do AtlasIntel chegou a apontar que Lula perderia para Bolsonaro, Tarcísio e até para o influenciador digital Pablo Marçal em cenários de segundo turno, evidenciando a volatilidade do cenário político.