Para especialistas, política de Haddad é danosa ao mercado imobiliário

Brasileiros tendem a adiar compra de imóveis devido à insegurança em relação ao futuro econômico; entenda

Foto: Reprodução

Em entrevista ao Diário do Poder, o escritor, palestrante, analista e consultor no mercado imobiliário, Daniel Claudino, afirmou que com a desconfiança geral sobre a continuidade das políticas econômicas de Fernando Haddad (ministro da Fazenda) muitas pessoas, mesmo com uma situação financeira estável, podem hesitar em fazer um investimento. O especialista avalia que historicamente, os brasileiros tendem a adiar a compra de imóveis devido à insegurança em relação ao futuro econômico, mais do que por razões objetivas.

“A desconfiança sobre as políticas econômicas do atual ministro e a incerteza são muito mais danosas do que as próprias ações em si. Apenas um exemplo: hoje, temos uma baixa taxa de desemprego, o que, para o mercado imobiliário, é excelente, já que há mais ‘pagadores de prestação de imóveis disponíveis’. Por outro lado, a instabilidade e a desconfiança sobre o futuro da economia fazem com que as pessoas prefiram esperar para comprar depois.” Destacou.

Daniel Claudino avalia que do ponto de vista macroeconômico, teremos menos dinheiro barato (juros baixos) para financiar imóveis, por escassez de recursos na Caixa Econômica Federal e a Taxa Básica de Juros da Economia (Selic) em alta. Em 2024, o mercado imobiliário brasileiro obteve a maior variação anual dos preços dos imóveis desde 2013, com um aumento médio de 7,7%.

Tendo em vista esse aumento, o Diário do Poder também entrevistou Heitor Kuser, empresário do mercado imobiliário e CEO do CIMI 360 — maior evento imobiliário da América Latina — que afirmou que o crescimento ocorrido em 2024 pode se repetir ou aumentar em 2025, dependendo de vários fatores. Kuser afirmou que a insegurança quanto ao futuro da economia pode atrapalhar a compra dum imóvel este ano.

“Todo tipo de insegurança atrapalha desde a decisão de um casamento, comprar um carro, ter filho e por aí vai. Nos imóveis não é diferente. A decisão da compra de uma propriedade neste ano é muito mais complicada pelo que teremos pela frente, com falta de crédito imobiliário e aumento dos juros, além da mais apertada análise de quem conquistará o financiamento dos bancos.” Avaliou ele.

 

Fonte: Diário do Poder (com adaptações)

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