A presença de animais, especialmente aves, nos aeroportos e seus arredores representa um risco significativo para a aviação mundial. Essas ocorrências geralmente acontecem quando animais entram na área operacional do aeroporto e podem colidir com aeronaves, sobretudo durante decolagens e pousos. Essas colisões podem causar danos graves às aeronaves e comprometer a segurança dos passageiros e tripulantes.
Diante disso, o monitoramento e o manejo da fauna se tornaram prioridades para manter os céus seguros e as operações aeroportuárias eficientes. As aves são frequentemente atraídas por fatores como alimento, áreas verdes ou corpos d’água próximos aos aeroportos. No Brasil, o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) está à frente de iniciativas para mitigar esse risco e preservar a segurança de passageiros e tripulantes. O ministro de Portos e Aeroportos é o Silvio Costa.

Fora do Brasil, em 29 de dezembro de 2024, um Boeing 737-800 da Jeju Air, vindo de Bangkok, na Tailândia, caiu ao aterrissar no Aeroporto Internacional de Muan, na Coreia do Sul. A explosão da aeronave resultou na morte de 179 pessoas, com apenas dois sobreviventes. Investigações preliminares confirmaram que a aeronave colidiu com pássaros. Penas de pássaros foram encontradas em uma das turbinas do Boeing 737-800 da Jeju Air.
“Além de proteger a vida das pessoas a bordo, o manejo de fauna também evita danos às aeronaves e respeita o bem-estar dos animais. É um trabalho essencial para garantir a segurança de todos e da própria fauna.” Disse Silvio.
Desde junho de 2024, a concessionária Fraport intensificou as ações de manejo no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, especialmente após as enchentes. As ações de mitigação incluem o monitoramento de bacias de detecção, captura e remoção de fauna, o controle de valas e canais de drenagem, além do uso de dispositivos acústicos para dispersão de aves.
Inovação no Aeroporto Internacional Salgado Filho
Em outubro de 2024, o Aeroporto Internacional Salgado Filho implementou novas tecnologias para afastar a fauna da área aeroportuária. Entre as tecnologias está a utilização da falcoaria, que visa capturar e afugentar espécies que apresentam risco às operações, e o BCAS Mobile, um dispositivo acústico de alta potência que gera frequências sonoras capazes de ativar o Reflexo de Sobressalto Acústico (ASR) nas aves.
O Salgado Filho também integra uma rede colaborativa de 42 aeródromos no âmbito do Projeto “Estudos Afetos ao Gerenciamento do Risco de Fauna em Aeródromos Brasileiros”, uma parceria entre a Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O objetivo desse projeto é aprimorar as ações nacionais para reduzir o risco de fauna mediante a identificação de animais envolvidos em colisões não significativas com aeronaves, por meio da análise de DNA.
Iniciativa idealizada pela Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC) do MPor, no âmbito do Projeto “Estudos Afetos ao Gerenciamento do Risco de Fauna em Aeródromos Brasileiros”, a Base Nacional de Informações de Medidas de Mitigação do Risco de Fauna, disponibilizada em março de 2024, tem como objetivo centralizar e compartilhar estratégias eficazes para identificação de espécies de avifauna envolvidas em colisões com aeronaves. Integrada à Plataforma Hórus, a ferramenta foi desenvolvida em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e já pode ser acessada.
A segurança operacional também depende de esforços para conscientizar a comunidade local. A presença de lixo orgânico e inorgânico próximo aos aeroportos, muitas vezes resultado da ação humana, atrai animais e aumenta o risco de colisões. Campanhas de educação ambiental e o reforço na fiscalização dessas áreas são fundamentais para minimizar o problema.
Fonte: Assessoria de Imprensa do Ministério de Portos e Aeroporto (com adaptações)