Hugo Motta vai usar feriado para aliviar pressão pelo projeto da anistia do 8 de janeiro

O presidente da Câmara determinou sessões remotas e não estará em Brasília; acompanhe

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), planeja usar a semana esvaziada no Congresso Nacional para aliviar as pressões para pautar o Projeto de Lei que dá uma anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. A oposição conseguiu as assinaturas necessárias para fazer um pedido de urgência.

Se aprovado, o instrumento colocaria o texto direto no plenário, sem passar pelas comissões, mas não há perspectiva de que o pedido seja colocado em pauta em breve. Por conta do feriado da Páscoa, Motta autorizou que as sessões desta semana funcionem de forma remota, sem a necessidade dos deputados irem a Brasília.

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), minimizou o fato desta semana ser vazia. Ele disse que isso já estava previsto, e declarou que espera que a urgência do projeto da anistia seja colocado em pauta na última semana de abril.

 

Deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) | Foto: Reprodução
Deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) | Foto: Reprodução

 

No Executivo

Mesmo com as assinaturas necessárias, há uma pressão do governo para reduzir o número de apoio. A ideia é procurar presidentes e líderes partidários com cargos no Poder Executivo para pedir para retirar assinaturas de deputados das suas legendas.

O ex-presidente Jair Bolsonaro tem participado ativamente da articulação pela anistia. Na quarta-feira da semana passada ele se reuniu com Motta e, no domingo, momentos antes de passar por uma cirurgia, mandou uma mensagem para deputados aliados para pedir empenho para aprovar o projeto.

Um dos principais articuladores da anistia, o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, reclamou do presidente da Câmara. Motta encabeça uma tentativa de acordo que envolve o Congresso, o Supremo e o Palácio do Planalto para rever a dosimetria das penas dalguns dos condenados pelos atos golpistas.

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, chegou a admitir que o Parlamento poderia discutir institucionalmente com outros Poderes para fazer a revisão de penas, mas ponderou que é contra o projeto de anistia do modo como está colocado. Depois de abordar o assunto, Gleisi modulou o discurso e afirmou que cabe ao STF a revisão.

 

Fonte: O Globo (adaptado)

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