Disputa pelo Senado em Santa Catarina gera tensões no PL

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A disputa interna no PL de Santa Catarina para as eleições de 2026 segue em alta tensão, especialmente entre o governador Jorginho Mello (PL) e a deputada federal Júlia Zanatta (PL), com a questão das candidaturas ao Senado gerando divisões dentro do partido e possíveis aliados.

A posição de Bolsonaro e Jorginho Mello

O ex-presidente Jair Bolsonaro, em entrevista ao portal Léo Dias, já manifestou seu desejo de ver uma chapa “puro-sangue” do PL para as vagas ao Senado em Santa Catarina, mencionando as deputadas federais Caroline de Toni e Júlia Zanatta como “bons nomes” para a disputa. No entanto, Jorginho Mello, atual governador do estado e presidente regional do PL, contrariou essa posição em um encontro regional do partido realizado em Içara (SC). Mello declarou que o PL não indicará dois candidatos ao Senado em 2026, sugerindo a ideia de uma chapa mista com outros partidos.

“Aqui tem governador e vai ter composição. Nós não iremos indicar as duas vagas para o Senado”, afirmou Mello, deixando claro que pretende ampliar as alianças, enquanto Bolsonaro deseja manter a disputa dentro do próprio PL.

A reação de Júlia Zanatta

Zanatta, mencionada por Bolsonaro como uma boa opção para o Senado, reagiu ao comentário de Mello e questionou a necessidade de alianças externas. Durante uma transmissão ao vivo, a deputada fez questão de destacar a vitória do PL em Santa Catarina em 2022, sem a ajuda de outras siglas. Ela afirmou que, embora tenha sido mencionada por Bolsonaro, seu foco não está em ser candidata ao Senado neste momento.

“Essa menção do Bolsonaro a mim significa que eu vou ser candidata? Não. Não estou trabalhando para ser senadora. O que eu posso fazer se ele [Bolsonaro] tocou no meu nome? Comemorar. É óbvio que é uma menção honrosa para mim.”

Zanatta também criticou as “perseguições” direcionadas à direita e afirmou que o PL, como partido vencedor, não precisa de alianças com outros partidos para garantir uma vitória em 2026.

O papel das alianças e a disputa interna

A decisão de Mello de buscar uma composição mista com outros partidos está diretamente ligada ao seu desejo de ampliar a base de apoio e garantir a competitividade nas eleições de 2026. Já para Bolsonaro, a escolha de uma chapa “puro-sangue” tem o objetivo de manter o controle do PL sobre a disputa e reforçar sua base política. A questão se torna ainda mais relevante dado que o Senado desempenha um papel importante na abertura de pedidos de impeachment contra ministros do STF, o que pode ser um ponto estratégico para Bolsonaro em 2026.

O impasse em Santa Catarina reflete a tensão crescente dentro do PL, com a liderança de Mello e o posicionamento de Bolsonaro gerando divisões sobre a melhor estratégia para enfrentar as eleições de 2026. Enquanto Mello busca ampliar as alianças, Bolsonaro tenta consolidar a força do PL como uma alternativa sólida, sem depender de outras siglas. O nome de Zanatta, mencionada por Bolsonaro, segue sendo um dos pontos centrais dessa disputa, embora a deputada tenha se mostrado cética sobre sua candidatura ao Senado.

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