A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado do Senado Federal deu início aos trabalhos com um ambicioso plano de trabalho e a aprovação de requerimentos para ouvir ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e 11 governadores de diferentes estados.
O senador Alessandro Vieira (MDB-SE), autor do requerimento de criação da CPI, foi indicado como relator pelo presidente recém-eleito, Fabiano Contarato (PT-ES). A comissão terá 120 dias para apurar o alcance das organizações criminosas e as políticas de combate ao crime no país.
Nove Eixos e Foco na Lavagem de Dinheiro
O plano de trabalho apresentado por Vieira propõe nove eixos de atuação, com destaque para a investigação das fontes de lavagem de dinheiro usadas por facções e milícias.
- Alvo da Lavagem: O plano inclui a investigação de setores como fintechs e os setores de combustíveis e bebidas.
- Integração de Forças: A CPI também pretende abordar a necessidade de integração das forças de segurança da União e dos Estados e o estudo de iniciativas bem-sucedidas no combate ao crime.
A instalação da comissão ocorre uma semana após a megaoperação policial no Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho, que deixou 121 mortos, intensificando o debate sobre o papel da União na segurança e a autonomia dos estados.
Convocação de Autoridades Federais e Estaduais
A comissão votou e aprovou convites para ouvir os principais nomes da segurança e defesa nacional:
- Ministro da Justiça: Ricardo Lewandowski.
- Ministro da Defesa: José Múcio.
- Diretor-Geral da Polícia Federal: Andrei Rodrigues.
- Diretor da ABIN: Luiz Fernando Corrêa.
O relator também pediu o comparecimento de 11 governadores e seus respectivos secretários de Segurança, divididos entre aqueles com índices de criminalidade mais alarmantes (como Rio de Janeiro) e aqueles com experiências mais bem-sucedidas de combate.
Eis a lista de governadores e secretários convidados:
- Clécio Luís, governador do Estado do Amapá;
Cézar Vieira, secretário de Justiça e Segurança Pública do
Amapá;
- Jerônimo Rodrigues, governador do Estado da Bahia;
Marcelo Werner Derschum Filho, secretário de Segurança
Pública da Bahia;
- Raquel Lyra, governadora do Estado de Pernambuco;
Alessandro Carvalho Liberato de Mattos, Secretário de
Defesa Social de Pernambuco;
- Elmano de Freitas, governador do Estado do Ceará;
Antonio Roberto Cesário de Sá, Secretário de Segurança
Pública e Defesa Social do Ceará;
- Paulo Dantas, governador do Estado de Alagoas;
Flávio Saraiva, secretário de Segurança Pública de Alagoas;
- Jorginho Melo, governador do Estado de Santa Catarina;
Flávio Rogério Pereira Graff, secretário de Segurança
- Ratinho Júnior, governador do Estado do Paraná;
Hudson Leôncio Teixeira, secretário de Segurança Pública
do Paraná;
- Eduardo Leite, governador do Estado do Rio Grande do Sul;
Mario Ikeda, secretário de Segurança Pública do Rio Grande
do Sul;
- Ibaneis Rocha, governador do Distrito Federal;
Sandro Torres Avelar, secretário de Segurança Pública do
Distrito Federal;
- Cláudio Castro, governador do Estado do Rio de Janeiro;
Victor Cesar Carvalho dos Santos, secretário de Segurança
Pública do Estado do Rio de Janeiro;
- Tarcísio de Freitas, governador do Estado de São Paulo; e
Guilherme Muraro Derrite, secretário de Segurança Pública
de São Paulo.
A ordem de oitivas seguirá a hierarquia: primeiro, os representantes da esfera Federal, depois os governadores e, por último, especialistas renomados em segurança pública.




