O CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) deve julgar, nos próximos dias, um pedido de afastamento de dois procuradores do MPT/RJ, acusados de atuar em conluio com uma juíza do Trabalho. A magistrada Adriana Tarazona, do TRT da 1ª região, ganhou notoriedade em 2018, quando, em uma decisão judicial, escreveu que se sentia como “um Sergio Moro da vida”, em referência ao então juiz da Operação Lava Jato. Sergio Moro (União-PR) hoje é senador da República.
Os procuradores Elcimar Rodrigues Reis Bitencourt e Rafael de Azevedo Rezende Salgados foram denunciados por uma empresa de transportes ao CNMP por suposto abuso de autoridade e parcialidade na condução de ações. Segundo a acusação, eles teriam colaborado com a juíza para proferir decisões ilegais, incluindo no polo passivo de processos empresas sem qualquer relação com os fatos discutidos.

Ademais, a empresa afirma que Elcimar e Rafael atuaram como testemunhas em procedimentos disciplinares instaurados contra a magistrada, o que reforçaria a suspeita de conluio. A juíza Adriana Tarazona foi afastada do cargo por dois anos pelo CNJ, em outubro de 2024, após ser acusada de violar o sigilo fiscal dum empresário sem apresentar fundamentação legal para a decisão.
Além desse PAD (Processo Administrativo Disciplinar), Adriana Tarazona já enfrentou outros dois. Em um deles, foi punida pelo uso de palavras de baixo calão contra uma perita judicial. Noutro, foi removida compulsoriamente da vara do Trabalho de Barra Mansa/RJ para a 25ª vara do Trabalho do Rio de Janeiro/RJ. A magistrada ganhou notoriedade em 2018, quando proferiu uma decisão na qual se comparou ao então juiz Sergio Moro que, na época, conduzia os processos da Operação Lava Jato.
Fonte: Migalhas (com adaptações)