O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou, nesta quarta-feira (26.mar), que pelo menos seis governadores e mais de 50 parlamentares devem participar do ato em defesa da anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro, marcado para o dia 6 de abril na Avenida Paulista, em São Paulo. Entre os nomes confirmados, está o do governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“Tudo acertado com o Tarcísio. Devemos ter pelo menos 6 governadores. Mais de 50 parlamentares. Vamos continuar nessa luta”, afirmou Bolsonaro em entrevista a jornalistas.
Segundo ele, também estão sendo feitas articulações para garantir a presença da senadora Damares Alves (Republicanos-DF) no evento.
Ato ocorre após Bolsonaro virar réu
O anúncio acontece no mesmo dia em que a 1ª Turma do STF decidiu, por unanimidade, tornar Bolsonaro réu junto a outras sete pessoas por tentativa de golpe de Estado em 2022. A denúncia da Procuradoria-Geral da República aponta que o grupo planejava uma ruptura institucional para manter Bolsonaro no poder mesmo após a derrota nas urnas.
Reação às críticas sobre ato no Rio
Bolsonaro também rebateu críticas sobre a baixa adesão ao ato em Copacabana, realizado em 16 de março, e ironizou estimativas feitas por adversários políticos.
“A USP, o pessoal com cabelo colorido, falou que tinha 18.000. A PM falou 400 mil. Nós levantamos que havia mais de 3 milhões de pessoas assistindo pela internet”, disse o ex-presidente, citando transmissões por canais como a Rádio Auriverde.
O levantamento feito por veículos independentes estimou cerca de 26 mil pessoas no pico da manifestação no Rio de Janeiro, durante o discurso de Bolsonaro.
Nova disputa nas ruas
A manifestação de 6 de abril em São Paulo ocorre uma semana depois de um ato convocado pelo deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP), com o objetivo de rechaçar a proposta de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro. O evento também faz parte da pré-campanha de Boulos à prefeitura da capital paulista.
Com os dois atos marcados em sequência, a disputa pelo apoio popular nas ruas deve reacender o embate entre a direita bolsonarista e a esquerda liderada pelo PSOL e setores do PT, em meio à escalada de tensões políticas e jurídicas envolvendo o ex-presidente.
Próximos passos
O ato da Avenida Paulista será observado de perto por analistas políticos e pela Justiça, já que poderá indicar o fôlego da base bolsonarista após o avanço das investigações e processos contra seus principais líderes. A manifestação também terá impacto direto sobre a tramitação do projeto de anistia na Câmara, defendido por aliados de Bolsonaro.